sábado, 26 de novembro de 2011

A UJC participará, por mais um ano, da organização combativa do DCE na Universidade Estadual de Maringá!


A Chapa "Movimente-se UEM" (Chapa 1) venceu as eleições para o Diretório Central dos Estudante da UEM (Universidade Estadual de Maringá). O grupo composto por importantes forcas da esquerda do movimento estudantil, como a União da Juventude Comunista (UJC), Barricadas Abre Caminhos e ANEL (além dos independentes), e que encabeçou a vitoriosa ocupação da reitoria, permanecera à frente da entidade por mais um ano!


Nesta quarta-feira (23 de novembro) compareceram às urnas 2059 alunos, desses, 68,5% (1393) votaram na chapa Movimente-se UEM, enquanto que a oposição, "UEM nos UNE" (PC do B e PT), obteve 31,5% dos votos válidos (642). Brancos e nulos somaram 24 votos.


Composta por 163 membros, a Movimente-se UEM terá como principais bandeiras (a)exigir o cumprimento das promessas feitas pela administração da universidade e pelo Governo do Estado ao fim da ocupação da reitoria e (b)não ceder a nenhum direito já conquistado. E como para muitos a Movimente-se UEM foi a melhor gestão dos últimos 10 anos em Maringá, “time que está ganhando não se meche”, o grupo marcou o compromisso de manter a forma como organizou/estruturou a entidade ao longo do ano de 2011: reuniões abertas com voz e voto para os estudantes, divisão em comissões (ex. Comissão de politica, de cultura e lazer, de meio ambiente etc.) e decisões tomadas em assembleias.


A esse respeito, também, o objetivo para 2012 é dinamizar ainda mais as tomadas de decisões e elevar cada vez mais o numero de participações e o nível dos debates a cerca do universo acadêmico e do ensino superior publico. Tudo isso para o movimento estudantil da UEM permanecer politicamente consciente e combativo na medida em que mantem sua representatividade e fortalece ainda mais as bases para enfrentar os possíveis ataques, em 2012, tanto da reitoria, como do governo estadual e federal.


A UJC-Maringá neste feito, com seus quadros renovados para o ano quem vem, continuará com uma atuação combativa no interior da entidade. Fazendo valer seus princípios e a sua estrategia, ao que diz respeito a sua atuação no interior da gestão, manterá como prioridade a manutenção e fortalecimento da frente de esquerda que se construiu em torno da mesma e continuamente elevará o debate comunista do interior do movimento estudantil, bem como de toda comunidade acadêmica. A vitoria, portanto, é de todos os camaradas! Aqui em Maringá, ousamos lutar, e vencemos! Que sejamos apenas mais um de centenas de DCEs combativos pelo Brasil e que vejamos num futuro pouco distante o movimento estudantil nacional retornar a sua articulação combativa e vitoriosa. Um futuro onde todos ousarão lutar e ousarão vencer!


Saudações comunistas! UJC- Maringá

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cuba confirmada como o país com melhor desenvolvimento humano da América Latina

O Fundo de População das Nações Unidas assegurou que Cuba conta com um desenvolvimento equivalente ao avanço de um quarto de século, se comparado aos demais países da América Latina e do Caribe.

Isla Mía | Para Kaos en la Red | 22-11-2011 às 21:09 |

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA em inglês), na apresentação do Informe sobre o Estado da População Mundial 2011, além de analisar o fato de que o mundo chegou aos 7.000 milhões de habitantes, assegurou que Cuba é a nação com mais alto desenvolvimento humano latino-americano, chegando a afirmar que conta com um desenvolvimento equivalente a um quarto de século de avanço em relação aos demais países da América Latina e do Caribe.

Isso ocorre devido aos baixos níveis de mortalidade do país, a elevada esperança de vida, seu acesso à saúde e educação, sua saúde sexual e reprodutiva, e os indicadores de envelhecimento de sua população, todos com valores similares e, inclusive, maiores aos de nações industrializadas.

Com respeito ao enfoque sobre os 7.000 milhões de pessoas no mundo, a UNFPA não só evidenciou dados demográficos, como também o aprofundamento das problemáticas sociais e econômicas que implicam no crescimento da população, onde se alguns questionamentos foram levantados: De que maneira reduzir as lacunas entre ricos e pobres e retificar as desigualdades entre homens e mulheres, e entre meninos e meninas? Ou ainda: Como alcançar que as cidades sejam lugares aptos para viver?



O documento mostrou os grandes contrastes sociais e as necessidades de trabalharmos unidos pelo progresso, como, por exemplo, a questão da natalidade. Enquanto nas nações européias mais industrializadas nascem 1,5 crianças por mulher, na África – de alarmantes indicadores sócio-demográficos e grande pobreza –, nascem cinco bebês por mãe.


Esta conquista de Cuba se soma a sua reconhecida luta contra o racismo, a desnutrição infantil e sua comprovada qualidade em todos os níveis de educação.
Tradução: Maria Fernanda M. Scelza (PCB)
Informe completo em espanhol
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mensagem do novo comandante das FARC: Assim não, Santos, assim não!

Por Timoleón Jimenez - Comandante do Estado Maior Central das FARC-EP


Todos temos que morrer, Santos, todos. Disso ninguém escapará. Uns de um modo e outros de outro. Uns por uma causa e outros por outra. Alguns escolhem uma morte heróica, gloriosa, profundamente comovedora. Outros preferem morrer de velhos, de um infarto ou diabetes, depois de uma longa doença em uma cama ou drogados no meio de um bordel.

É como a vida, alguns preferem passá-la fazendo dinheiro e engordando como porcos, ou realizando cirurgias para conservarem-se jovens, pisando os demais e dando-lhes presunção. Outros escolhem caminhos mais nobres. E são muito felizes assim. É um assunto de consciência. Pretender intimidá-los para que aceitem a viver como os primeiros é um erro.

E ainda mais grave é matá-los. Pretender exibir-se como modelo de civilização e decência dando a ordem de despedaçá-los à base de bombas, chumbo e balas. Ou como seja. Por exemplo, com dois tiros pelas costas quando se chega à noite em casa. Ou moídos a golpes numa cela. Ou esquartejados com uma serra. Ou com a cabeça cortada a facão.

Ao expressar a dor que a torturava pela morte de seu Chefe, uma guerrilheira dizia que homens como ele ficariam para a posteridade e o povo lembraria deles como o que foram: imortais. Outro enviava uma nota a seus comandantes dizendo: aqui estamos para ajudar em todas as tarefas que vocês nos orientem. Brindamos-lhes nossa solidariedade nesse momento.

Eu não sei. Mas isso de ostentar poder e se mostrar ameaçador e brutal não pode ganhar a simpatia de ninguém. De ninguém que não seja ostentoso e brutal como aquele que o faz. A história nos ensina que a imensa maioria de seres humanos repugna esse tipo de fanfarronice. Desde crianças aprendemos que somente os tipos mais malvados atuam dessa maneira.

Com o tempo aprendemos a associar essas condutas aos seres mais perversos. Matar de maneira selvagem a um ser humano, com métodos notoriamente desproporcionais, parar diante do seu cadáver e enfatizar a outros que lhes têm reservado o mesmo tratamento, tem a virtude de produzir um efeito contrário. Nenhum homem se deixará humilhar desse modo.

Homero foi um professor em desentranhar a alma. Depois de dialogar com Príamo, Aquiles compreende a dimensão dos troianos e a baixeza da causa grega. Assume o miserável de haver desmoralizado o cadáver de Heitor, atado a seu carro, diante dos seus seres queridos e seu povo. Por isso, decide sacrificar-se na batalha, para não aparecer como vencedor com esse exército.

São os gestos de sua grandeza moral que fazem os homens imperecíveis. Somente as mentes mais doentes e alienadas podem sentir alguma simpatia por Adolf Hitler. Ainda que em seu momento muitos o houvessem aplaudido. O tempo acabou por situá-lo no infame lugar que lhe correspondia. Acredito que aos Santos e Pinzones o destino reserva-lhes uma sorte similar.

Não pode ser de outra maneira. O grau de ruindade moral que exibem horroriza ao mais são dos juízos. Pouca gente conhece o reinado do imperador romano em que foi crucificado Jesus. Mas acredito que independente de qualquer crença, em todas as partes se professa o mais elevado respeito por ele. Porque preferiu o suplício e a cruz a renunciar a suas idéias.

É porque essas idéias abrigaram um altíssimo grau de humanidade. Eram boas, buscavam a felicidade geral, enalteciam os pobres e inclusive fustigavam os ricos, proclamavam que todos os homens eram iguais. Somente propunha aos homens e mulheres que abandonassem tudo e o seguissem na propagação dessa fé, dessa verdade, dizia.

Mas o coroaram com espinhos, o bofetearam, o crucificaram e o lancearam. Burlaram-se dele. Preferiram liberar em seu lugar ao pior dos criminosos. No entanto foi esse Cristo quem sobreviveu. Mesmo que tenham perseguido por séculos seus seguidores. De nada serviu jogá-los aos leões ante a aclamação geral da plebe no circo.

Esta gente leva meio século nisso, Santos. Alguns, de cabeça branca, contam histórias de seus dias em Marquetália. Outros falam dos anos em Guayabero, dos primeiros diálogos de Belisario. Até afirmam que se naquele então o governo tivesse pensado melhor, as coisas no país teriam sido muito distintas. A soberbia foi mais forte que a razão.

Muitos contam experiências da guerra integral de Gaviria e sua criação de brigadas móveis. E muitíssimos estavam aqui no Caguám. Uma enorme massa chegou a estas filas. Nesse tempo, seguramente, se apresentaram muitas deserções e traições. Mas não foi o determinante. São mais e mais revolucionários e quadros convencidos.

Esta gente construiu uma epopéia sem antecedentes em nenhum lugar nem época histórica. Não haveria sido possível sem o mais extraordinário altruísmo. Nem sequer as forças especiais do Exército puderam operar no terrível inverno dessas abruptas cordilheiras guerrilheiras. Mas lá mesmo vivem eles, amam, sonham um mundo melhor e lutam para consegui-lo.

Primeiro, entre grosseiras fofocas, exibiram o corpo despedaçado de Raúl Reyes. Depois mostraram exultantes a mão arrancada de Iván Rios. Rugiram orgulhosos mais tarde quando com toneladas de bombas tiraram a vida de Mono. Agora, chorando de felicidade,
anunciam a morte de Alfonso. Macabro rosto dessa bela democracia.

A cabeça de José Antonio Galán, assim como cada uma de suas extremidades, exibidas para gerar desânimo e evitar outro levantamento comunitário, não conseguiram impedir a luta pela independência. Nem seu triunfo. O povo teve milhares de mortos, feridos e enormes sofrimentos. Teria sido melhor de outra maneira, mas a Coroa não quis.

As FARC são milhares e milhares de revolucionários que suportam as mais duras das condições porque acreditam firmemente na sua causa. Não ganham um só centavo, não possuem nada material, o movimento dá o que necessitam. E o movimento são todos eles. São uma impressionante criação histórica, aqui, na Colômbia, ante nossos olhos. Assim não, Santos, assim não.
Timoleón Jiménez Comandante do Estado Maior Central FARC-EP
Novembro de 2011



terça-feira, 22 de novembro de 2011

McDonalds denunciado por escravidão






Chevron: a conta é da ANP, a “Agência Nacional da Privataria”


Desastre ecológico na costa do Rio de Janeiro é fruto da lógica privada que só enxerga o lucro
(*) Paulo Schueller
Tentativa ilegal de chegar ao pré-sal. Uso de mão-de-obra "importada", burlando a legislação trabalhista brasileira. Despreparo para identificar o vazamento e falta de equipamentos para chegar até ele. Divulgação de números mentirosos quanto à extensão do desastre, leniência para informar ao público e uso de técnica equivocada para conter o vazamento. Cumplicidade com o principal veículo de informação do país para "tranquilizar" – em verdade, manipular – a sociedade.
O recente vazamento de óleo na Bacia de Campos traz à tona algumas facetas da "gestão privada" na extração de petróleo e serve como prova cabal de que este modelo, gerenciado pela Agência Nacional do Petróleo, sob comando de um dirigente nacional do PcdoB, Haroldo Lima, serve apenas aos interesses privados e envolve enormes riscos para a saúde e a vida dos trabalhadores e o ecossistema.
A Polícia Federal (PF) já iniciou investigações para comprovar que a Chevron estava tentando indevidamente alcançar a camada pré-sal do Campo de Frade. O fato de a empresa usar uma sonda com capacidade para perfurar a até 7,6 mil metros, quando o petróleo no local podia ser retirado a menos da metade de tal profundidade, é um indicativo de que a companhia estava burlando seu contrato de exploração.
A PF também investiga os indícios de que estrangeiros que entraram ilegalmente no Brasil estejam trabalhando em plataformas localizadas no litoral brasileiro, para a Chevron e outras empresas, sem direitos trabalhistas e previdenciários e alguns em regime de semi-escravidão.
O órgão federal também instou a empresa a parar de utilizar a técnica de jateamento de areia no óleo que vazou, pois ao invés de ser retirado, ele vai afundar (limpando o espelho d'água) e continuar a poluir o local. Trata-se do velho "esconder a sujeira para debaixo do tapete".
Além dos inquéritos na PF, outros itens merecem ser destacados: a empresa não estava preparada para identificar o vazamento de petróleo e seu plano de emergência para acidentes não vem sendo cumprido. Foi a Petrobrás (que deveria ter o monopólio da exploração do petróleo no país) que verificou a fonte de vazamento e avisou à Chevron.
"Avisada", ela tentou usar um robô para identificar a origem do derrame mas o equipamento tinha capacidade limitada e não conseguia fazer uma identificação precisa do local. E a Petrobrás lhe emprestou dois robôs capazes de colher dados mais precisos.
Tudo isso não é fruto do acaso. Tais falhas e desrespeitos à legislação fazem parte da lógica privada de busca pelo maior lucro possível, custe o que custar. O inusitado é que esta vergonhosa exploração seja gerenciada e "fiscalizada" por um dirigente de um partido que se intitula comunista, o PcdoB, e que convoca e dirige os leilões de nosso petróleo, em que a Petrobrás disputa em condições idênticas com as multinacionais como a Chevron e tantas outras. A ANP só se pronunciou ontem, 15 dias depois do início do vazamento, e assim mesmo por pressão da presidência da República.
Desastre ocorrido, restaram o oportunismo político de alguns e a falta de vergonha de outros. Explique-se: o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, aproveitou a ocasião para defender seu cofre na discussão sobre os royalties do pré-sal. Nada ofereceu à população que mora na região e que deverá sofrer as consequências do desastre ambiental.
A Rede Globo, por sua vez, fez cobertura jornalística no Jornal Nacional escamoteando muitas das informações que constam nesse texto – e são de seu conhecimento. Afinal de contas, as imagens aéreas mostradas no vídeo, por seu cinegrafista, foram feitas de dentro de um jatinho "concedido pela Chevron", como desavergonhadamente disse a apresentadora do programa. Segundo o jornalista Ricardo Boechat, esta foi a primeira vez que a Globo repassou suas imagens para as outras emissoras, após tê-las exibido em primeira mão.
É preciso uma rigorosa apuração policial para desvendar a teia de promiscuidade entre a ANP, a Rede Globo, a Chevron, o governo do Estado, setores da Petrobrás e o Ministério das Minas e Energia, dirigido por um apadrinhado do indefectível José Sarney.
(*) Paulo Schueller é jornalista e membro do CC do PCB
22 de novembro

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Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922




13° Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários: o PCB estará presente!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

É PRECISO FORTALECER A SOLIDARIEDADE AO POVO E A JUVENTUDE COLOMBIANA (Nota da União da Juventude Comunista)


Vivenciamos nos últimos meses o aumento dos ataques diretos aos povos e seus direitos mais básicos de soberania e autodeterminação. Seja através da ocupação militar, como no caso da Líbia, ou pela perseguição e criminalização de qualquer resistência que se oponha a barbárie capitalista, como vem ocorrendo no seio dos EUA, através de uma série de prisões dos manifestantes do Movimento Ocupem Wall Street. Estas são as respostas que o sistema capitalista e o imperialismo têm dado ao aprofundamento da crise estrutural que emerge das economias centrais.

Em nosso continente a militarização e a criminalização a qualquer tipo de resistência que se oponha a essa lógica perversa, tem se apresentado cada vez mais constante e agressiva diante daqueles que ousam lutar. Neste sentido o que ocorre na Colômbia é emblemático na América Latina, tanto pela resistência popular que criou, quanto pela agressividade reacionária que há tantos anos o Governo Narco-terrorista daquele país tenta impor.

Neste país vizinho e de povo irmão, que o Imperialismo tem cometido seus maiores crimes contra a humanidade. O assassinato, no dia 4 de novembro, do Comandante Alfonso Cano, líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP), pelo exército colombiano com o apoio dos Estados Unidos e de Israel, representa não só um duro golpe as possibilidades de construção de uma saída pacífica para o conflito, que dura mais de 47 anos, como conduz a uma agudização da guerra instaurada no país.

Ao contrário do que os grandes monopólios da comunicação têm afirmado, as FARC-EP não se desmobilizarão. Seus mais de 10.000 combatentes não baixarão suas armas para entregarem-se ao canto da sereia do Governo Santos. Os camaradas das FARC-EP sabem melhor que qualquer um que a paz que propõe o Estado Narco-terrorista é a paz dos cemitérios.

Os Fareanos continuarão sua luta, pois o motivo que os tem mobilizado por tantas décadas não se extinguiu do território colombiano. A exploração capitalista e o domínio imperialista persistem naquele país. Somente a resistência popular e o enfrentamento a este modelo de sociedade poderá resultar em saídas que contemplem uma sociedade de paz, de igualdade e justiça social. Assim como os estudantes colombianos tem intensificado suas lutas, os protestos e as mobilizações sociais e populares tendem a se intensificar na Colômbia.

A União da Juventude Comunista se solidariza a todas as formas de luta, que tem sido travadas pelo povo colombiano. Entendemos que a autodeterminação dos povos é um direito fundamental e cada povo escolhe suas armas e qual caminho deve seguir. Denunciamos o Governo Narcoterrorista de Santos, seus apoiadores em nosso país e também aqueles que por interesses mesquinhos e pontuais preferem silenciar diante de um crime, tornando-se também cúmplices dele.

Somamos-nos às vozes que pela América Latina e pelo Brasil entendem que é preciso reforçar a solidariedade ao povo colombiano, por uma saída pacifica e democrática ao conflito. Apoiamos a proposta dos camaradas da Juventude Comunista do Equador de construção imediata de uma Coordenação Juvenil de Solidariedade aos Povos em Luta em nosso continente, assim como devemos envidar todos nossos esforços na construção junto a outras forças políticas progressistas e democráticas de Comitês de Solidariedade ao Povo Colombiano, em todos os estados do Brasil.

Viva a memória do Camarada Alfonso Cano!

Toda solidariedade ao Comandante Timoleón Jiménez!

Todo apoio aos camaradas das FARC-EP!

Pelo fortalecimento da solidariedade ao povo colombiano!

Viva o Socialismo!
UJC
Coordenação Nacional


sábado, 19 de novembro de 2011

VI Congresso Nacional da União da Juventude Comunista (Comunicado 1)

Mensagem destinada a todos os militantes da UJC

A Coordenação Nacional da UJC, reunida nos dias 13 e 14 de novembro de 2011 no Rio de Janeiro, convoca o VI Congresso Nacional da UJC com o seguinte cronograma:

Até 31 de dezembro- Envio para a secretaria nacional de comunicação contribuições dos núcleos e das coordenações estaduais sobre temas referentes aos temas do VI Congresso a serem utilizados ou não na escrita das pré-teses congressuais a serem feitas pela CN. Repasse das coordenações estaduais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina com informações objetivas sobre as condições para a realização do congresso. Confirmação, por parte da CN sobre a data e o local do VI Congresso. 29 de Janeiro- Repasse por parte das coordenações estaduais, o recadastramento dos MILITANTES da UJC. A Coordenação Nacional enviará para as estaduais, até o final do ano de 2011, o modelo do cadastro. 27 de Fevereiro- Divulgação das pré-teses congressuais. Março/Abril- Congressos dos núcleos / estaduais Maio/Junho - VI Congresso Nacional da UJC Novembro de 2011, Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista - Brasil

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Saudação ao povo negro

O Partido Comunista Brasileiro associa-se às celebrações pela passagem do Dia da Consciência Negra.
O comprometimento de nosso partido para com as lutas pela valorização do negro brasileiro vem de longa data. Já em julho de 1930 denunciávamos a persistência de elementos de escravidão na situação real experimentada pelos negros do país, não obstante a tão propalada Abolição da Escravatura. Neste mesmo ano, nas eleições presidenciais, apresentamos ao povo a candidatura de Minervino de Oliveira, militante de nosso partido, que se tornou então o primeiro negro e o primeiro operário a disputar a presidência da república.
Em nossa Primeira Conferência Nacional de julho de 1934, realizada na mesma época em que se iniciava a propagação da tese da "democracia racial brasileira", denunciávamos o racismo das classes dominantes e nos comprometíamos a apoiar todas as lutas pela igualdade de direitos econômicos, políticos e sociais de negros e índios.
Ainda em meados da década de 30, o intelectual comunista baiano Edison Carneiro iniciava uma vasta e significativa obra de investigação e resgate da cultura afro-brasileira, tornando-se um dos pioneiros em tal campo de estudos e uma referência fundamental até os dias de hoje. Este mesmo Edison Carneiro, com o apoio de outros intelectuais comunistas como Jorge Amado e Aydano do Couto Ferraz, criava, no ano de 1937, a União de Seitas Afro-Brasileiras, a primeira entidade criada no país com o objetivo de proteger e cultivar os valores e as tradições religiosas de matriz africana.
Na década de 1940, o PCB solidificou seu engajamento na luta contra o racismo e em defesa da cultura afro-brasileira. Sob sua legenda elegeu-se, em 1945, Claudino José da Silva, primeiro negro a exercer mandato parlamentar e primeiro constituinte negro da história do Brasil. Durante os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte de 1946, coube ao escritor e deputado comunista Jorge Amado a elaboração do projeto da primeira lei federal que estabeleceu a liberdade para a prática das religiões afro-brasileiras. Este período registra também a criação do Teatro Experimental do Negro, que tem como um de seus principais expoentes o ator, poeta e teatrólogo comunista Francisco Solano Trindade, que marcaria com sua atividade intensa a arte popular brasileira das décadas seguintes. Alguns anos mais tarde, apareceram os primeiros trabalhos de Clóvis Moura, então vinculado ao PCB, cuja produção aportaria uma importante contribuição aos estudos históricos e sociológicos sobre o negro no Brasil.
Se no passado nós comunistas estivemos presentes em praticamente todos os momentos relevantes da trajetória do povo negro brasileiro, no presente continuamos a apoiar e nos envolver com essas lutas. Apoiamos as reivindicações imediatas e conquistas parciais do movimento negro como o estabelecimento de reservas de vagas das universidades públicas, a titulação das terras das comunidades remanescentes de quilombos e o Estatuto da Igualdade Racial. No entanto, compreendemos que nenhuma destas conquistas parciais estará assegurada no futuro enquanto perdurarem: a) o esvaziamento e sucateamento das universidades públicas, a privatização e a mercantilização do ensino; b) o controle do Estado pelos grandes proprietários fundiários e a subordinação da política agrária do governo aos interesses do agro-negócio; c) a hegemonia dos interesses do grande capital nacional e internacional no interior da sociedade brasileira e a subordinação das necessidades do povo à lógica da acumulação capitalista.
Para que as atuais conquistas sejam mantidas e aprofundadas e para que novas sejam alcançadas é essencial que as lutas do povo negro, sem prescindir de sua especificidade, estejam combinadas às lutas gerais do povo e dos trabalhadores brasileiros. É necessário somar esforços aos movimentos em defesa de uma universidade pública gratuita e de qualidade, voltada para a resolução dos problemas nacionais e para a promoção social das classes populares, apoiar as ações contra o monopólio da propriedade da terra pelos grupos latifundiários e por uma reforma agrária ampla e radical, mobilizar-se enfim, por um poder político que seja a encarnação da vontade de negros e negras, trabalhadores das cidades e dos campos, pequenos proprietários urbanos e rurais, artistas e intelectuais avançados.
Salve o Dia da Consciência Negra!
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)

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Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Comuna de Paris, A Revolução Russa e a indignação - Por: Mauro Luis Iasi





isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
Paulo Leminsky

Outubro veio e passou nos deixando em novembro de mais um ano no sistema capitalista. Neste ano lembramos os 140 anos da Comuna de Paris e muitas atividades pipocaram por todo o Brasil e pelo mundo saudando a ousadia operária que assaltou os céus em 1871. Recentemente, em 2007, comemoramos os 90 anos da revolução russa. Enquanto isso, jovens e trabalhadores tomam as ruas em várias partes do mundo e se declaram indignados.

O sentido mais comum da palavra refere-se à revolta diante de uma injustiça ou afronta, sentimento contrário ao ato que se caracteriza como desumano, cruel, injuriante, ultrajante. Também associado ao ato de raiva e exasperação, irritação intensa.

O movimento que se autodenominou como occupy Wall Strett (ocupem Wall Strett) e que se alastrou por mais de 25 cidades norte-americanas desde setembro deste ano tem sido identificado como um bom exemplo desta indignação que parece tomar conta de algumas pessoas antes tão pacatas e acomodadas nas benesses do chamado primeiro mundo. Tentando acalmar a ordem, o senhor Richard Locke (não sabemos se carrega além da coincidência do nome algum parentesco com o famoso John Locke, mas certamente algumas de suas idéias) afirma que tais manifestações não podem ser identificadas com nenhuma intenção extremista contra o sistema vigente, completando: "é apenas uma manifestação difusa em torno da profunda infelicidade diante das condições econômicas dos Estados Unidos".

O chefe da cadeira de Ciência Política do MIT (Massachusetts Institut of Technology) acredita que aqueles que estão ocupando as ruas e praças buscam apenas um "sistema econômico menos ganancioso e corrupto". Estamos diante de dois fenômenos que nos chamam a atenção: primeiro a tendência de alguns analistas em atribuir sua intencionalidade aos fenômenos que estudam; segundo o persistente equívoco na compreensão das ações de massa e sua relação com a intencionalidade dos processos históricos.

Enquanto alguns se animam mais do que devem com as manifestações acreditando que ali já emerge um questionamento societário de caráter socialista, o que de fato não é, outros procuram se acalmar, como Locke, acreditando que não passa de uma "manifestação difusa" de descontentamento.

Quando os trabalhadores de Paris, em 1871, tomaram a cidade, não o fizeram para iniciar a transição socialista ou inventar a nova forma do Estado que nos levaria ao comunismo, da mesma forma as mulheres e os operários russos que marcharam na greve geral de fevereiro de 1917 foram certamente movidos por uma grande insatisfação com as condições econômicas e, principalmente, com os efeitos da Guerra. Se o senhor Richard Locke estivesse por lá com seus incríveis cabedais científicos do MIT diagnosticaria que não traziam a intenção definida de uma ação extremista contra o sistema vigente e almejavam apenas um sistema menos ganancioso e corrupto, ou mais precisamente, um sistema que não os deixasse tão infelizes.

Os trabalhadores russos, anos antes da epopéia revolucionária, em janeiro de 1905, marcharam ao Palácio do Czar em São Petersburgo para entregar um abaixo assinado à Nicolau II no qual diziam:
Estamos numa situação miserável, somos oprimidos, sobrecarregados co excesso de trabalho, insultados, não nos reconhecem como seres humanos, somos tratados como escravos. Para nós, chegou aquele momento terrível em que a morte é melhor do que a continuidade do sofrimento insuportável.

Mesmo diante de tal situação eram certamente poucos aqueles que tinham a clareza que na base de seus sofrimentos se encontrava uma forma histórica de organização social que precisava ser superada e, um número infinitamente menor daqueles que já lutavam com a intencionalidade de ir além da forma histórica que se preparava para substituir as ruínas da autocracia czarista. Reagiam à fome, à miséria, a indignidade. Quem lhes explicou claramente do que se tratava foi a guarda czarista que atirou nos mais de cem mil manifestantes e depois sufocou a rebelião operaria de 1905 a golpes dos sabres cossacos.

Na Paris operária tratava-se, como sabemos de defender a nação contra os invasores prussianos, depois defender a cidade contra os traidores de Versalhes e inicialmente conquistar, finalmente, apenas o direito de eleger seu próprio governo sem as mediações do voto censitário, do veto à participação das mulheres e estrangeiros, ou seja, de todas as limitações que buscam garantir que os pobres e trabalhadores não participem da democracia. Quando Thiers massacrou os rebeldes e afirmou que "a ordem, a justiça, a civilização alcançaram finalmente a vitória", é possível que muitos começassem a duvidar do que exatamente seria a "civilização" e o tipo de "justiça" que a embasava.

Por isso a frase do senhor Locke, segundo a qual não se trata de um questionamento do sistema vigente, mas só de uma "profunda infelicidade diante das condições econômicas dos Estados Unidos", expressa, como muitas das grandes constatações da chamada "ciência política", um juízo perfeitamente correto que não nos serve de nada. A verdadeira questão estaria na busca da compreensão do porque e contra o que se expressa a indignação dos manifestantes.

Quando o senhor Locke lê os cartazes dos manifestantes afirmando que "somos 99% da população que não toleramos mais a ganância e a corrupção dos 1% restantes", vê apenas uma vaga intencionalidade por um regime menos corrupto e ganancioso. Ele percebe bem esta dimensão e procura se manter neste nível da aparência. Os participantes e o próprio cientista político partilham de um elemento do senso comum que afirma que o problema do capitalismo não é a acumulação privada da riqueza socialmente produzida, mas o exagero ganancioso da acumulação, ou seja, se os capitalistas tivessem o bom senso de acumular menos e com isso garantir uma boa qualidade de vida, todos sairiam ganhando.

O desenrolar dos fatos pode contribuir decisivamente para superar em parte o senso comum dos participantes, embora seja um pouco mais pessimista quanto as possibilidades do cientista político do MIT. Quando os manifestantes se aglomeram nas praças e atacam os banqueiros e financistas, a polícia prontamente vem para desalojá-los e as prisões começam (só em outubro foram mais de 700 presos). Ficamos sabendo por um artigo de Amy Goodman no Democracy Now que J.P. Morgam e o Chase Mahatan Bank doaram U$ 4,6 milhões de dólares à Fundação da Polícia da Cidade de New York, ao mesmo tempo em que os banqueiros receberam cerca de 1 trilhão de dólares para aliviar seus problemas com a crise.

As vezes a realidade assume contornos didáticos. Mesmo para um povo submetido ao mais aprimorado e eficiente controle ideológico, certas coisas começam a ficar claras. Antes, entretanto, vejamos porque aquelas pessoas estavam profundamente infelizes.

Existiria hoje no país mais rico do mundo cerca de 43, 6 milhões de pobres, algo em torno de 14,3% da população, cerca de 50 milhões de pessoas não tem acesso a nenhum tipo de seguro de saúde, 16 milhões de pessoas passam fome e 49 milhões só não passam fome porque tem precários vales de alimentação. O desemprego oficialmente está sondando os 10% (entre os negros os números oficiais são de 16% de desempregados) da população, dizem que as cifras reais chegam aos 17 % e a crise afetou uma questão básica que é a moradia.

Para tentar sair do desespero os trabalhadores norte-americanos estão trabalhando 100 horas a mais do que há 20 anos (as mulheres 200 horas a mais). Tudo isso em um mundo onde se profetizou o fim do trabalho!

Ao mesmo tempo, entre 1979 e 2006, 1% da população mais rica passou de 10% da concentração da riqueza produzida para 23% (mesmo índice que estava presente em 1929). Esta concentração indica que 90% do total da riqueza produzida nos 25 anos de euforia foi parar na mão de menos de 10% da população mais rica e concentrou-se em 1% dela.

Marx e Engels, na obra A ideologia Alemã, diziam o seguinte:

Quanto mais as formas normais das relações sociais e, com ela, as condições de existência da classe dominante acusam a sua contradição com as forças produtivas avançadas, quanto mais nítido se torna o fosso cavado no seio da própria classe dominante, fosso que separa esta classe da classe dominada, mais natural se torna, nestas circunstâncias, que a consciência que correspondia originalmente a esta forma de relações sociais se torne inautêntica; dito por outras palavras, essa consciência deixa de ser uma consciência correspondente, e as representações anteriores, que são tradicionais deste sistema de relações, aquelas em que os interesses pessoais reais, etc. eram apresentados como interesse geral, degradam-se progressivamente em meras fórmulas idealizantes, em ilusão consciente, em hipocrisia deliberada.(Marx e Engels, em outra tradução, 2007:282).

É natural que em uma situação como essa os norte americanos que pensavam yes we can, passem a pensar: we cannot accept this! É de se esperar que as palavras entorno das quais se estruturava uma visão de mundo sob a qual se ocultava os interesses de classe da burguesia monopolista se tornem inautênticas e assumam feitio de pura hipocrisia deliberada.

Quando Roma estava para cair, os bárbaros se amontoavam em seus portões, não para invadi-la militarmente, há muito estavam militarmente derrotados, mas para tentar passar seus muros buscando sobreviver como escravos. No final do feudalismo o poder dos senhores que um dia se legitimará pelo dever de proteger os servos atrás dos muros de seus castelos, assumia cada vez mais a forma do direito de massacrá-los.

O paradoxo que se esconde nas formas aparentes do senso comum liberal é que esta doutrina política se funda na crença do protagonismo do indivíduo ao mesmo tempo que está convicta de que os indivíduos se inserem em um todo que caminha por seus próprios desígnios, ou seja, o mercado. Dessa maneira cada um busca seu interesse egoísta, mas magicamente desta soma de egoísmos resulta o chamado bem comum. A solução liberal do paradoxo está na noção de grandes homens, personalidades excepcionais que vem além dos homens comuns e dirige a história para a intencionalidade desejada.

Norbert Elias trata desta maneira a questão:

Pelo menos é impossível constatarmos que qualquer pessoa dos séculos XII ou mesmo XVI tenha conscientemente planejado o desenvolvimento da sociedade industrial dos nossos dias. Que tipo de formação é essa, esta 'sociedade' que compomos em conjunto, que não foi pretendida ou planejada por nenhum de nós, nem tão pouco por todos nós juntos? Ela só existe porque existe um grande número de pessoas, só continua a funcionar porque muitas pessoas, isoladamente, querem e fazem certas coisas, e, no entanto, sua estrutura e suas grandes transformações históricas independem, claramente, das intenções de qualquer pessoa em particular (Elias, 1994: 13).

Em outra passagem o mesmo autor diria: "de planos emergindo, mas não planejada / movida por propósitos, mas sem finalidade"(idem: 59). Elias, apesar de captar bem um momento do real contra as pretensões ideológicas mais grosseiras do pensamento liberal, tem uma certa dificuldade em encontrar um finalidade histórica além daquela atribuída aos indivíduos e a substitui pela idéia de "processo". Nós, os marxistas, estamos convictos que por trás desta aparente caótico choque de vontades individuais encontra-se um complexo de ações e determinações recíprocas que constitui uma totalidade que é muito mais que a soma das partes.

Poucos naquelas praças, ou mesmo ninguém, deseja o fim do capitalismo, mas ao se colocarem em luta movidos por uma materialidade que transforma em pó os véus ideológicos que encobriam os interesses da grande burguesia monopolista, ao se chocarem na prática com estes interesses se produz uma fusão que os leva além de suas vontades individuais ou mesmo coletivas que os moveram até aquele momento e se tornam, na prática, parte de uma ação que assume contornos anticapitaistas, não por seus desejos e intenções originais, mas pela natureza das forças contra as quais se chocam e os interesses materiais contra os quais se defrontam.

No que tudo isso vai dar? Ainda não sabemos, mas que o mundo está ficando muito mais interessante do que o senhor Richard Lock imagina, temos certeza. Como diz uma música do Zé Pinto (compositor de várias das músicas cantadas pelo pessoal do MST), "se não houver amanhã, brindaremos o ontem", então viva a Comuna de Paris, viva a Revolução Russa. Estamos convencidos de que haverá um amanhã, único problema é que talvez seja muito ruim, mas aí as pessoas vão ficar profundamente infelizes e quem sabe saiam às ruas e formem algo além da mera indignação.

Mauro Luis Iasi
Rio de Janeiro, novembro de 2011.

Sugestões de leitura:
Elias, N. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
Marx, K. e Engels, F. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.


"Comuna de Paris, revolução russa e a indignação" (http://boitempoeditorial.wordpress.com/category/colunas/mauro-iasi/).

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Comunicado do Secretariado das FARC-EP




A queda em combate do Comandante Alfonso Cano (Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP)
A morte em combate do camarada e comandante Alfonso Cano deixa de luto o conjunto do movimento antiimperialista mundial, todas as vítimas da exploração capitalista, o movimento universal pelo socialismo, cada um dos povos que alçam as bandeiras da soberania, dignidade e da democracia, particularmente na América Latina, no Caribe e na Colômbia.

Também lacera as fibras mais nobres dos seus entes queridos. Para eles, nosso abraço solidário. Compartimos intensamente seu sofrimento, sabemos melhor que ninguém o que significa essa perda. Igual carinho doloroso estendemos às famílias dos demais combatentes que pereceram nos mesmos feitos. Seu sangue e suas vidas nos inspiram desde já a futuras vitórias.

As lágrimas de felicidade do Presidente Santos revelam que por obra sua caiu realmente um grande, um admirável homem, um revolucionário de altura histórica. Um formidável interlocutor daqueles que havia que desconstruir-se antes de qualquer tentativa de aproximação. Como Manuel e Jacobo, Alfonso sempre soube ser um grande professor. E aprendemos com ele.

Suas idéias e sua genial condução são parte do arsenal ideológico, político e militar das FARC - Exército do Povo. Ninguém poderá jamais nos tirar isso. Seu talento e atividade revolucionária cresceram e maduraram junto com nossa história. Nos dias de Marquetália militava já nas filas da juventude comunista. Até sua morte em combate, nada pôde distrai-lo da luta.

Completou cinqüenta anos contínuos de combate contra o regime, escritos por uma capacidade de análise e uma invejável coerência ideológica e política. Nascido em Bogotá, homem simples e de humor fino, dirigente estudantil e comunitário, antropólogo dos tempos duros da Universidade Nacional, audaz militante clandestino, será eterno exemplo do intelectual comprometido até a morte.

Seus inimigos do império e da oligarquia jamais se cansarão de tentar apagar sua obra. Ao lado de seu perfil político, o camarada Alfonso Cano demonstrou possuir uma elevada capacidade militar. Soube conduzir primeiro os comandos conjuntos Central e Ocidental e logo todas as FARC, até o nível que hoje em dia aterroriza o militarismo fascista da Colômbia.

Eles sabem muito bem o que representamos as FARC. A expressão real da organização e a luta indomável contra a globalização capitalista. Somos um povo armado que denuncia e combate o caráter terrorista da democracia de mercado. Milhares e milhares de mulheres e homens que marchamos compactos no caminho da construção de uma nação e um mundo sem opressores.

As reservas petroleiras da Colômbia, ao ritmo que pensam extrai-las, estarão esgotadas por completo nos próximos quatro anos. Pretendem nos enganar com a idéia de que para esse momento se haverá encontrado suficiente petróleo para outros tantos anos. Nosso destino é permitir que o império economize seu próprio petróleo, e pagar com esse dinheiro os créditos para a infra-estrutura funcional a esse roubo. Obviamente os créditos serão dados pelos bancos internacionais. E para consegui-los o país deverá comprometer-se a realizar grandes e crescentes cortes nos direitos sociais dos colombianos. Reformas tributárias, reformas previdenciárias, trabalhistas, na saúde e na educação. Semelhante agressão avança agora à toda força no Congresso da República.

O TLC e a abertura indecente para o investimento estrangeiro ameaçam colocar-se na frente dos mais valiosos patrimônios humanos, ambientais e econômicos do país. Gigantescos projetos auríferos, carboníferos, turísticos, agroindustriais, bioenergéticos e agropecuários, entre outros, além de espoliar nossas riquezas, espremerão impunemente a mão de obra em graus intoleráveis.

Pretendem avançar de forma acelerada na execução de um modelo de desenvolvimento inequitativo e antipatriótico, produto das manipulações forjadas no palácio presidencial e nos distintos ministérios, aprovado pelo poder legislativo e declarado exeqüível pela justiça, que não toma em conta minimamente a opinião do povo colombiano, cujos direitos são afetados.

E esse modelo, que começou a ser construído a décadas atrás com a violenta estratégia paramilitar, se apresenta como a salvação econômica do país, as locomotivas que nos levarão adiante. Nele se fundem o capital transnacional e a corrupta classe dirigente colombiana, que ganha com somas fabulosas em cada acordo e contrato celebrados.

Não existem na Colômbia espaços de discussão que tenham a capacidade de influenciar ou determinar de algum modo as decisões ligadas ao modelo de desenvolvimento. Como ficou demonstrado nas recentes eleições locais, os partidos políticos foram diluídos a mesquinhas lideranças corruptas e carentes de princípios. As forças políticas que podiam discutir o modelo estão minadas.

Somente duas formas de luta se opõem de modo corajoso e pertinaz. A luta de rua nas marchas e protestos, e a luta guerrilheira nas montanhas. As recentes disposições sobre a Segurança Cidadã aproximam a primeira à delinqüência e atribui a ela penas de prisão. Ao mesmo tempo nos exigem a desmobilização sob a ameaça de aniquilação total.

Esse é o marco em que toma corpo o desesperado desejo de fazer render as FARC-EP. Sabemos muito bem quais são os propósitos do presidente Santos, enriquecer ainda mais os mais ricos e levar ainda mais miséria aos mais pobres. Resulta, como conseqüência, de cardial importância construir pontes necessárias para fortalecer, unificar e defender as duas formas de luta vigentes.

Mobilização de massas e luta guerrilheira estão chamadas a convergir em um eixo estratégico, a solução política ao conflito que se realiza na Colômbia. A guerra não é mais que a determinação do império e da oligarquia de fechar todos os caminhos da oposição aos seus planos de despojamento, o martelo com que as classes dominantes esperam esmagar a inconformidade.

A resistência heróica da insurgência colombiana, igual que a voz alta do povo mobilizado em protestos, não pode cessar com um falso chamado à negociação e ao consenso. Qualquer tentativa de desmobilizar a luta popular sem que soluções que erradiquem suas causas estará condenada ao fracasso. Não pode haver paz com repressão e fome.

As FARC-EP rendemos homenagem à memória do nosso Comandante Alfonso Cano. Por nosso povo e por ele, nos comprometemos a persistir na busca da solução política até alcançar uma paz democrática com dignidade e justiça social. A voz dos estudantes, trabalhadores, camponeses, comunidades indígenas e negras, desempregados, aposentados, mulheres e classes médias angustiadas tem que ser escutada e atendida na Colômbia.

Com o camarada Alfonso recordamos aos iludidos:

"Desmobilizar-se é sinônimo de inércia, é entrega covarde, é rendição e traição à causa popular e ao ideário revolucionário que cultivamos e lutamos por transformações sociais, é uma indignidade que leva implícita uma mensagem de desesperança ao povo que confia em nosso compromisso".

Comandante Alfonso Cano:
Morrer pela Pátria é viver para sempre!!!
Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Novembro de 2011.
Traduzido pelo Coletivo Paulo Petry, núcleo da UJC/PCB em Cuba.


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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Palestra com Anita Prestes


Na próxima quinta-feira (10/11), a professora doutora do Departamento de História do Brasil da Universidade Fe­­deral do Rio de Janeiro, Anita Leocádia Benário Prestes ministra a palestra “A Coluna Pres­­tes na Construção da De­­mocracia no Brasil” a partir das 19h30. Anita é filha dos militantes comunistas Luís Carlos Prestes e Olga Benário.

A palestra, que acontece no Auditório da SETS, que fica na Rua Pedro Ivo, 750 – 5.º andar, é promovida pelo Arquivo Manoel Jacinto Correia – Centro de Pesquisa e Docu­­mentação Social, projeto vinculado à Divisão de História Social do Trabalho da Secretaria de Trabalho, Em­­prego e Eco­­nomia Soli­­dária do Paraná. A entrada é franca e será concedido certificado de participação mediante solicitação. Infor­­mações pelo (41) 3883-2694.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sem Alfonso Cano as FARC-EP... continuam combatendo

Marcelo Sepúlveda Araujo
Quando assassinaram Che Guevara a rebeldia latino-americana acabou? Pensam suprimir a dignidade de Nossa América assassinando Alfonso Cano? Esta é «a paz» do genocida Santos? O que dirão os hipócritas "estadistas" que o abraçam sorrindo, em nome do «realismo diplomático»?
http://www.nuevaradio.org/wapa/wp-images/blank.gif
http://www.rosa-blindada.info/wp-content/themes/default/images/raya_pret.gif
Que Santos não se esqueça….
Depois da morte de Carlos Fonseca, principal líder e fundador da guerrilha da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), a insurgência da Nicarágua derrotou o vergonhoso regime de Somoza e triunfou a revolução.
O mesmo aconteceu no Vietnã, com a morte de Ho Chi Minh. Há poucos anos, militares e assessores ianques tiveram que se retirar do sudeste asiático com o rabinho entre as pernas, derrotados e humilhados, quando antes se sentiam amos e senhores do povo vietnamita.
Em numerosos países e sociedades, o assassinato dos líderes populares não impediu o triunfo da rebeldia organizada, quando esta contou com uma proposta estratégica de poder. É preciso aprender com a História.
Constitui-se pura ilusão, superficial, ignorante e banal, a crença da classe dominante colombiana (compartilhada por seus mestres gringos do norte) de que a morte de um líder guerrilheiro possa acabar com um processo de luta de massas que permanece ativo, com décadas de confrontação. Estão gravemente equivocados se pensam em submeter a insurgência pela via militar.
Porém, os relatos auto-legitimadores da classe dominante colombiana (e seus monopólios de informação que funcionam como correias de transmissão em suas operações de guerra psicológica) defendem essa lógica como verdade absoluta. Falam de si mesmos. Olham-se no espelho e se auto-convencem para aplacar seus medos.
Há poucos dias, uma multidão enorme de milhares e milhares de estudantes rebeldes colombianos tomou de assalto as principais cidades do país, em defesa da educação pública e gratuita. E o fizeram desafiando a polícia e outras forças anti-motim. O mesmo aconteceu com o movimento indígena e popular, que já começa a levantar-se, cada vez mais organizado.
A oligarquia aburguesada da Colômbia acredita que assassinando Alfonso Cano, principal líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) vai conseguir calar todo esse movimento popular de massas (de onde é parte a insurgência).
Que ilusão! Quanta ingenuidade!
Sabemos bem quem é Santos. Conhecemos seu rosto cínico, lascivo, depravado e anormal, quando se deixou fotografar ao lado de outros cadáveres insurgentes. Só um perverso, um depravado pode festejar a morte dessa maneira e com esse tipo de sorriso. Mesmo a morte de inimigos. Vimos essas fotografias no passado, quando ele era Ministro de Defesa. Nós o conhecemos bem. Bem até demais...
O que interessa aqui não é a opinião desse perverso, mas sim o estado de espírito dos povos e das massas populares, principalmente da juventude. Do povo colombiano e dos povos de Nossa América. Os povos sabem perfeitamente bem que, mesmo quando morreu Simón Bolívar, a luta, longe de apagar-se, continuou durante dois séculos. O mesmo ocorreu, anteriormente, com Tupác Amaru e Tupác Katari.
Quando assassinaram José Martí, Cuba continuou lutando até derrotar definitivamente os impérios que a subjugaram. Acabou a luta com a morte de Martí? Ninguém, exceto um ignorante (por mais dinheiro que tenha, continua sendo um ignorante), poderia acreditar que, com o cadáver de Martí, a luta do povo cubano tenha acabado.
Poderíamos recorrer a cada um de nossos países, cada uma de nossas sociedades, cada uma de nossas histórias, e os exemplos se multiplicariam infinitamente.
"Triunfar ou servir a outras bandeiras. Até depois de mortos seremos úteis", previu Julio Antonio Mella, pouco antes de cair assassinado no México. E teve razão. O mesmo acontecerá com o companheiro, camarada e comandante Alfonso Cano, líder da insurgência colombiana. Podem fazer o que quiserem com o cadáver. Com o cadáver de Che Guevara cortaram as mãos e o enterraram num túmulo para indigentes. Assim pensavam terminar com o exemplo do Che! Podem manipular o corpo de Alfonso Cano. No entanto, com o exemplo de Alfonso, não poderão fazer nada.
E os presidentes da América Latina? Seguirão apertando a mão assassina deste personagem sinistro, deste empresário milionário que, como Ministro de Defesa de Uribe, assassinou milhares de pessoas, jogando-as como se fossem animais em túmulos sem identificação; o maior cemitério de indigentes de todo o continente, superior aos das ditaduras militares do Chile, da Argentina, do Peru ou da Guatemala nos anos 70. Encontraram-se há pouco tempo na Colômbia 2.000 cadáveres, correspondentes aos assassinatos do período de Santos como Ministro da Defesa.
Seguirão falando da "governabilidade" continental sem ficarem ruborizados? Continuarão entregando revolucionários ao carniceiro Santos, violando todo o direito internacional, com cara de feliz aniversário?
E os jornalistas? Poderão continuar escrevendo alegremente que na Colômbia existe «democracia»? Não será a hora de rebelar-se contra esse controle militar da informação?
E os acadêmicos? Por que na hora de escrever e analisar as lutas e "novas experiências" de Nossa América mencionam unicamente Cuba, Venezuela e Bolívia (quando muito acrescentam o Equador)? Por que os acadêmicos se fazem de desentendidos com as lutas populares da Colômbia? Será talvez porque na Colômbia a luta armada continua se desenvolvendo e essa temática não está permitida no núcleo duro dos programas acadêmicos? Talvez analisar a luta armada da Colômbia se torne um obstáculo para o recebimento de bolsas de pesquisa e subsídios? Os acadêmicos começarão a incluir a Colômbia entre os estados que praticam políticas de Estado genocidas ou continuarão fazendo-se de desentendidos?
Em uma palavra: depois do assassinato do líder insurgente Alfonso Cano, quem poderá se fazer de ingênuo, dizendo que Santos é diferente de Uribe?
Apelamos aos jornalistas que acreditam sinceramente na liberdade de expressão, aos acadêmicos dignos que não se deixam humilhar, inclusive aos políticos que, mesmo sem compartilhar do projeto da guerrilha, não estão dispostos a se sujarem, apertando a mão sangrenta de Santos.
Que ninguém se engane. A luta segue. Aqui não se terminou nada.
Em algum momento se pagarão pelos crimes.
Anastasio Somoza também se sentia poderoso, soberbo e inexpugnável... Mesmo assim terminou.

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