terça-feira, 30 de agosto de 2011

PARTIDO COMUNISTA GREGO (KKE) reafirma a necessidade de retirar a Grécia da OTAN


por KKE
A guerra que as forças da OTAN desencadearam contra a Líbia intensificou-se nas últimas horas com um banho de sangue que é o resultado de massacres em massa, em particular de civis em Tripoli e noutras cidades. A máquina de guerra da OTAN, dos Estados Unidos e da União Europeia, com seus bombardeamentos e suas intervenções no conflito, determina o curso das operações militares e tem portanto a responsabilidade pelos crimes bárbaros cometidos contra o povo líbio. As pseudo forças de oposição ao regime, que são dirigidas por antigos companheiros de Kadafi, prosseguem e executam um projecto insensato.

Mais uma vez, podemos constatar toda a hipocrisia, cinismo e barbárie dos governos dos Estados Unidos e da União Europeia, assim como o papel das agências de notícias internacionais, que mantêm o silêncio, dissimulam certas coisas e participam da propaganda imperialista.

O objectivo da guerra não era Kadafi, aliado dos imperialistas, mas o controle total do petróleo e do gás natural da Líbia, o reforço da sua presença na África do Norte e no Médio Oriente em detrimento dos seus concorrentes.

A posição do governo grego – assim como a da direita (ND) que o apoia – segundo a qual seu envolvimento é limitado à protecção dos civis e à chamada ajuda humanitária é ao mesmo tempo falsa e perigosa. O governo é cúmplice dos crimes que são cometidos na Líbia pois apoiou e contribuiu de modo importante para o desenrolar da guerra tanto pela disponibilização da base militar em Suda como de forças militares. As forças oportunistas revelam-se mais uma vez quando saúdam a "vitória" das forças de oposição ao regime, ou seja, a vitória da OTAN, e falam de uma "nova página que se abre na Líbia".

O povo grego deve aprender a verdade sobre os acontecimentos na Líbia, rejeitar a propaganda imperialista e condenar o envolvimento do país nas guerras imperialistas. Os perigos para a paz, os direitos soberanos e o risco do envolvimento do país numa guerra mais generalizada não cessam de aumentar. As rivalidades imperialistas e as agressões na região em torno dos recursos energéticos e das vias de abastecimento não cessam de se agravar. A retirada do país das organizações imperialistas é a única resposta e uma contribuição decisiva para a luta comum dos povos da região contra a barbárie imperialista.
25/Agosto/2011

A versão em francês encontra-se em solidarite-internationale-pcf.over-blog.net/...

Este comunicado encontra-se em http://resistir.info/ .


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Os porquês da fome na África

Não estamos enfrentando um problema de produção de comida, mas sim um problema de acesso a ela
15/08/2011
Esther Vivas
Vivemos em um mundo de abundância. Hoje se produz comida para 12 bilhões de pessoas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), quando no planeta habitam 7 bilhões. Comida existe. Então, por que uma em cada sete pessoas no mundo passa fome?
A emergência alimentar que afeta mais de 10 milhões de pessoas no Chifre da África voltou a colocar na atualidade a fatalidade de uma catástrofe que não tem nada de natural. Secas, inundações, conflitos bélicos… contribuem para agudizar uma situação de extrema vulnerabilidade alimentar, mas não são os únicos fatores que a explicam.
A situação de fome no Chifre da África não é novidade. A Somália vive uma situação de insegurança alimentar há 20 anos. E, periodicamente, os meios de comunicação nos atingem em nossos confortáveis sofás e nos recordam o impacto dramático da fome no mundo. Em 1984, quase um milhão de pessoas mortas na Etiópia; em 1992, 300 mil somalis faleceram por causa da fome; em 2005, quase cinco milhões de pessoas à beira da morte no Malaui, só para citar alguns casos.
Causas políticas
A fome não é uma fatalidade inevitável que afeta determinados países. As causas da fome são políticas. Quem controla os recursos naturais (terra, água, sementes) que permitem a produção de comida? A quem beneficiam as políticas agrícolas e alimentares? Hoje, os alimentos se converteram em uma mercadoria e sua função principal, alimentar-nos, ficou em segundo plano.
Aponta-se a seca, com a consequente perda de colheitas e gado, como um dos principais desencadeadores da fome no Chifre da África, mas como se explica que países como Estados Unidos ou Austrália, que sofrem periodicamente secas severas, não sofram fomes extremas? Evidentemente, os fenômenos meteorológicos podem agravar os problemas alimentares, mas não bastam para explicar as causas da fome. No que diz respeito à produção de alimentos, o controle dos recursos naturais é chave para entender quem e para que se produz.
Em muitos países do Chifre da África, o acesso à terra é um bem escasso. A compra massiva de solo fértil por parte de investidores estrangeiros (agroindústria, governos, fundos especulativos) tem provocado a expulsão de milhares de camponeses de suas terras e diminuido a capacidade desses países de se autoabastecerem. Assim, enquanto o Programa Mundial de Alimentos tenta dar de comer a milhões de refugiados no Sudão, ocorre o paradoxo de os governos estrangeiros (Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Coreia) comprarem terras para produzir e exportar alimentos para suas populações.
Ajustes estruturais
Asim mesmo, há que se recordar que a Somália, apesar das secas recorrentes, foi um país autossuficiente na produção de alimentos até o final dos anos 1970. Sua soberania alimentar foi arrebatada em décadas posteriores. A partir dos anos 1980, as políticas impostas pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial para que o país pagasse sua dívida com o Clube de Paris forçaram a aplicação de um conjunto de medidas de ajuste.
No que se refere à agricultura, estas implicaram em uma política de liberalização comercial e abertura de seus mercados, permitindo a entrada massiva de produtos subvencionados, como o arroz e o trigo, de multinacionais agroindustriais estadunidenses e europeias, que começaram a vender seus produtos abaixo de seu preço de custo e fazendo a competição desleal com os produtores autóctones.
As desvalorizações periódicas da moeda somali geraram também a alta do preço dos insumos e o fomento de uma política de monocultivos para a exportação que forçou, paulatinamente, o abandono do campo. Histórias parecidas se deram não só nos países da África, mas também nos da América Latina e Ásia.
A subida do preço de cereais básicos é outro dos elementos assinalados como detonante da fome no Chifre da África. Na Somália, os preços do milho e do sorgo vermelho aumentaram 106% e 180%, respectivamente, em apenas um ano. Na Etiópia, o custo do trigo subiu 85% em relação ao ano anterior. E, no Quênia, o milho alcançou um valor 55% superior ao de 2010.
Na Bolsa de Valores
Uma alta que converteu esses alimentos em inacessíveis. Mas, quais são as razões da escalada dos preços? Vários indícios apontam a especulação financeira com as matérias-primas alimentares como uma das causas principais.
O preço dos alimentos se determina nas bolsas de valores – a mais importante das quais, a nível mundial, é a de Chicago –, enquanto que na Europa os alimentos se comercializam nas bolsas de futuros de Londres, Paris, Amsterdã e Frankfurt. Mas hoje em dia, a maior parte da compra e venda dessas mercadorias não corresponde a intercâmbios comerciais reais.
De acordo com Mike Masters, do Hedge Fund Masters Capital Management, calcula-se que 75% do investimento financeiro no setor agrícola é de caráter especulativo. Compram-se e vendem-se matérias-primas com o objetivo de especular e fazer negócio, repercutindo finalmente em um aumento do preço da comida para o consumidor final. Os mesmos bancos, fundos de alto risco, companhias de seguros que causaram a crise das hipotecas subprime são os que hoje especulam com a comida, aproveitando-se dos mercados globais profundamente desregulados e altamente rentáveis.
Transnacionais
A crise alimentar em escala global e a fome no Chifre da África em particular são resultado da globalização alimentar a serviço dos interesses privados. A cadeia de produção, distribuição e consumo de alimentos está nas mãos de umas poucas multinacionais que antepõem seus interesses particulares às necessidades coletivas e que, ao longo das últimas décadas, vêm destruindo, com o apoio das instituições financeiras internacionais, a capacidade dos países do sul de decidir sobre suas políticas agrícolas e alimentares.
Voltando ao princípio: por que existe fome em um mundo de abundância? A produção de alimentos se multiplicou por três desde os anos 1960, enquanto que a população mundial tão só duplicou desde então. Não estamos enfrentando um problema de produção de comida, mas sim um problema de acesso a ela. Como assinalou o relator da ONU para o direito a alimentação, Olivier de Schutter, em uma entrevista ao jornal El País: "A fome é um problema político. E uma questão de justiça social e políticas de redistribuição".
Se queremos acabar com a fome no mundo, é urgente apostar em outras políticas agrícolas e alimentares que coloquem no seu centro as pessoas, as suas necessidades, aqueles que trabalham a terra e o ecossistema. Apostar no que o movimento internacional da Via Campesina chama de "soberania alimentar" e recuperar a capacidade de decidir sobre aquilo que comemos. Tomando emprestado um dos lemas mais conhecidos do Movimento 15-M, é necessário uma "democracia real, já" na agricultura e na alimentação.
Esther Vivas, do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais da Universidad Pompeu Fabra, é autora de Del campo al plato. Los circuitos de producción y distribución de alimentos.
Publicado originalmente no El País.
Tradução: Paulo Marques
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domingo, 28 de agosto de 2011

UJC na ocupação da UEM


Ocupação da UEM. UJC, presente!


Uma aula de Ciência Política - Por: Antonio Ozai


Neste sábado, fui à reitoria da UEM ocupada pelos acadêmicos desde o dia 25 de agosto de 2011.[1] Na parte externa do prédio, vários jovens sentados participavam de um curso; alguns brincavam de equilibristas andando numa corda suspensa entre duas árvores; outros conversavam em pequenos grupos; alguns dormiam em colchões improvisados e havia várias barracas de acampar.

Fui convidado a entrar. O acesso foi pela porta lateral da sala utilizada geralmente para as reuniões do COU (Conselho Universitário), órgão máximo da universidade, e outros eventos oficiais. O local estava ocupado por jovens entretidos com seus notebooks e netbooks (observei, inclusive, pessoas a trabalhar em projetos; pareceram-me futuras arquitetas); outros assistiam a um filme. Meus cicerones mostraram as demais dependências: colchões espalhados, pessoas a dormir, a comissão da alimentação a trabalhar na cozinha, os membros da comissão de comunicação a preparar textos e divulgar o movimento pela rede, a comissão de política a se reunir.

Conheci o prédio em outras ocasiões e, claro, o que vi contrastava com o funcionamento tipicamente burocrático de um dia de trabalho normal. Recordei, então, que a mais alta autoridade da universidade, em entrevista à rádio local, caracterizou a ocupação da reitoria como um “ato de vandalismo”.[2] É lamentável que a autoridade lance mão de um argumento batido e recorrente. Este tipo discurso fortalece estereótipos e corroboram com o preconceito contra os estudantes. A mídia local reforça a linguagem pejorativa – veja, por exemplo, a imagem de capa do jornal (abaixo); não é uma escolha inocente, como também não é ingênua a linguagem utilizada. Em política, as palavras e as imagens expressam posições de poder e fazem parte do conflito.

Vandalismo é uma expressão derivada de Vândalo, originalmente o povo de uma tribo germânica que desafiou o Império Romano e contribuiu para a sua derrocada. Aliás, os romanos daquela época se consideravam civilizados e denominam bárbaros os povos que ousaram desafiar o Império. Antes dos romanos, os gregos antigos já usavam o termo para os povos que não falavam a língua grega. De qualquer forma, e para além das disputas políticas semânticas, o que vi no prédio da reitoria da UEM não confirma a acusação pejorativa de vandalismo. Os estudantes organizam-se em comissões, praticam a democracia direta – a assembléia estudantil é o órgão deliberativo – e demonstram cuidado e preocupação com a preservação do que bem público.

Tive a oportunidade de acompanhar a assembléia realizada neste sábado. Nesta, foi discutido e aprovado os encaminhamentos: a ida a Curitiba para negociar, a escolha dos representantes, etc. A discussão, a despeito dos esforços dos que coordenavam, estendia-se em detalhes e rediscussões do que já parecia decidido. Não obstante, erros são próprios dos que agem, dos que ousam desafiar as estruturas de poder e a si mesmos. Uma reflexão crítica no momento oportuno poderá contribuir para a análise do movimento, seus erros e acertos. Todos os movimentos cometem equívocos. Não obstante, para além dos aspectos criticáveis, o importante é a atitude dos acadêmicos.

Ao contrário dos muitos que se acomodam em seus mundinhos, dos que se adaptam por mero interesse egoístico, estes jovens atuam em defesa da universidade pública, por melhorias para a comunidade acadêmica. Num tempo em que o individualismo campeia nas esferas do campus é salutar ver jovens que ousam lutar por demandas coletivas. Ouvi e observei atentamente. Tenho orgulho deles, especialmente dos ex-alunos. Foi um tarde/noite na qual o educador foi educado; foi uma aula prática de Ciência Política!


[2] “Reitor da Universidade Estadual de Maringá diz que ocupação da reitoria foi vandalismo e entrega pauta de demandas da UEM para governador em exercício Flávio Arns”. Por Luciana Peña, 26/8/2011. Clique para ouvir a reportagem:http://www.cbnmaringa.com.br/page/noticias_detalhe.asp?cod=206715

sábado, 27 de agosto de 2011

Nas praças, nas ruas, quem disse que sumiu? Aqui está presente o Movimento Estudantil!










Ocupação da Reitoria da UEM

Moção de apoio à UJC

Desde o inicio do ano a Universidade Estadual de Maringá enfrenta sérias necessidades devidas a cortes no orçamento na ordem de 38%, oriundas do governo neoliberal de Beto Richa, para ajudar na situação, a instituição sofreu também efeitos do corte do orçamento federal de 50 bilhões de reais anunciado no inicio do ano.

Diante de tais medidas, o diretório central dos estudantes, gestão movimente-se (composta por vários membros da União da Juventude Comunista), criou uma pauta de lutas para coibir o possível sucateamento da Universidade, a primeira dessas pautas referente às péssimas condições de trabalho no Restaurante Universitário. As filas só aumentam, enquanto a contratação de funcionários não ocorre para acompanhar o aumento da demanda. Só neste ano foram criados 14 cursos, sem que houvesse investimento em infraestrutura para comportar os estudantes ingressos nesses cursos.

Outro grave problema da Universidade, são os campus de extensão, eles são deixados de lado pela reitoria em detrimento do campus sede, separando os estudantes que poderiam ser mais unidos. Se o R.U da sede já possui condições precárias o que dizer das extensões onde nem R.U existe.

Nossa Universidade sofre também da falta de assistência estudantil para os estudantes com mais necessidade. Não contamos nem com moradia estudantil, muito menos com bolsas que permitam a permanência desses estudantes no curso. As poucas bolas que existem servem para compensar a falta de funcionários, fazendo com que ele perca horas fundamentais de seus dias em atividades que pouco educam. Fora isso há as bolsas do R.U na qual o estudante trabalha para receber alimentação (um regime que lembra muito o análogo à escravidão).

Os cortes no orçamento trabalharam para piorar ainda mais as condições dos estudantes da UEM, faltam professores, funcionários, estrutura, livros, materiais, para ajudar as poucas ações da reitoria visando debelar os efeitos dos cortes orçamentários contribuem para aumentar os embates entre professores de graduação e pós graduação.

Diante de tantas pautas de reinvindicações, nós estudantes organizamos em março um “pula catraca” em apoio aos funcionários do restaurante. A reitoria tomou medidas diversas daquelas exigidas por nós com o ato, não instituiu uma opção vegetariana ao cardápio, tampouco os funcionários que precisava para diminuir as imensas filas que se formam todos os dias. A última da reitoria foi um ataque direto à forma de financiamento do movimento estudantil, tentando acabar com a renda de centros acadêmicos e do DCE.

Diante disso, organizamos um ato no dia 11 de agosto, na frente da reitoria, no qual entregamos uma carta ao reitor, dando um prazo de 15 dias para atender nossos pedidos. Com o fim do prazo, os estudantes do campus sede mais as extensões organizaram um ato que contou com mais de 600 estudantes, e seguimos para frente da reitoria, uma vez lá o reitor entregou respostas que pouco solucionava nossas necessidades (colocou a opção vegetariana para apenas dois dias por semana). Após isso, realizamos uma assembleia geral dos estudantes na qual decidimos por ocupar a reitoria.

Procuramos com estar carta expor nossas necessidades assim como apoio político de vocês para continuarmos na nossa luta, e na nossa ocupação, já que paira sobre nós a possibilidade de uma reintegração de posse pela reitoria, na qual muito provavelmente será usada força excessiva da tropa de elite da polícia militar.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ocupação da reitoria da UEM


Moção de apoio à UJC

Desde o inicio do ano a Universidade Estadual de Maringá enfrentasérias necessidadesdevidas a cortes no orçamento na ordem de 38%, oriundas do governo neoliberal de Beto Richa, para ajudar na situação, a instituição sofreu também efeitos do corte do orçamento federal de 50 bilhões de reais anunciado no inicio do ano.

Diante de tais medidas, o diretório central dos estudantes, gestão movimente-se (composta por vários membros da União da Juventude Comunista), criou uma pauta de lutas para coibir o possível sucateamento da Universidade, a primeira dessas pautas referente às péssimas condições de trabalho no Restaurante Universitário. As filas só aumentam, enquanto a contratação de funcionários não ocorre para acompanhar o aumento da demanda. Só neste ano foram criados 14 cursos, sem que houvesse investimento em infraestrutura para comportar os estudantes ingressos nesses cursos.

Outro grave problema da Universidade, são os campus de extensão, eles são deixados de lado pela reitoria em detrimento do campus sede, separando os estudantes que poderiam ser mais unidos. Se o R.U da sede já possui condições precárias o que dizer das extensões onde nem R.U existe.

Nossa Universidade sofre também da falta de assistência estudantil para os estudantes com mais necessidade. Não contamos nem com moradia estudantil, muito menos com bolsas que permitam a permanência desses estudantes no curso. As poucas bolas que existem servem para compensar a falta de funcionários, fazendo com que ele perca horas fundamentais de seus dias em atividades que pouco educam. Fora isso há as bolsas do R.U na qual o estudante trabalha para receber alimentação (um regime que lembra muito o análogo à escravidão).

Os cortes no orçamento trabalharam para piorar ainda mais as condições dos estudantes da UEM, faltam professores, funcionários, estrutura, livros, materiais, para ajudar as poucas ações da reitoria visando debelar os efeitos dos cortes orçamentários contribuem para aumentar os embates entre professores de graduação e pós graduação.

Diante de tantas pautas de reinvindicações, nós estudantes organizamos em março um “pula catraca” em apoio aos funcionários do restaurante. A reitoria tomou medidas diversas daquelas exigidas por nós com o ato, não instituiu uma opção vegetariana ao cardápio, tampouco os funcionários que precisava para diminuir as imensas filas que se formam todos os dias. A última da reitoria foi um ataque direto à forma de financiamento do movimento estudantil, tentando acabar com a renda de centros acadêmicos e do DCE.

Diante disso, organizamos um ato no dia 11 de agosto, na frente da reitoria, no qual entregamos uma carta ao reitor, dando um prazo de 15 dias para atender nossos pedidos. Com o fim do prazo, os estudantes do campus sede mais as extensões organizaram um ato que contou com mais de 600 estudantes, e seguimos para frente da reitoria, uma vez lá o reitor entregou respostas que pouco solucionava nossas necessidades (colocou a opção vegetariana para apenas dois dias por semana). Após isso, realizamos uma assembleia geral dos estudantes na qual decidimos por ocupar a reitoria.

Procuramos com estar carta expor nossas necessidades assim como apoio político de vocês para continuarmos na nossa luta, e na nossa ocupação, já que paira sobre nós a possibilidade de uma reintegração de posse pela reitoria, na qual muito provavelmente será usada força excessiva da tropa de elite da polícia militar.



Ocupação da reitoria da Universidade Estadual de Maringá - UEM


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

É a NATO (OTAN) que está à conquista de Tripoli

por Manlio Dinucci
Uma foto publicada pelo New York Times conta, mais do que muitas palavras, o que está em vias de acontecer na Líbia: ela mostra o corpo carbonizado de um soldado do exército governamental, ao lado dos restos de um veículo queimado, com três rebeldes em torno que o olham com curiosidade. São eles que testemunham que o soldado foi morto por um raid da NATO. Em menos de cinco meses, informa o Comando conjunto aliado de Nápoles, a NATO efectuou mais de 20 mil raids aéreos, dos quais 8 mil com ataques por bombas e mísseis. Esta acção, declaram ao New York Times altos funcionários estado-unidenses e da NATO, foi decisiva para apertar o cerco em torno de Tripoli.

Os ataques tornaram-se cada vez mais precisos, destruindo as infraestruturas líbias e impedindo assim o comando de Tripoli de controlar e aprovisionar suas forças. Aos caça-bombardeiros que lançam bombas guiadas por laser de uma tonelada, cujas cabeças penetrantes com urânio empobrecido e tungsténio podem destruir edifícios reforçados, juntaram-se os helicópteros de combate, dotados de sistemas dos sistemas de armamentos mais modernos. Dentre eles, o míssil guiado por laser Hellfire, que é lançado a 8 quilómetros do objectivo, utilizado também na Líbia pelos aviões telecomandados estado-unidenses Predator / Reaper.

Os objectivos são localizados não só pelos aviões radar Awacs, que decolam de Trapani (costa Sudoeste da Sicília) e pelos Predator italianos que decolam de Amendola (Foggia, província de Puglia), sobrevoando a Líbia 24/24 horas. Eles também são assinalado – indicam ao New York Timesos funcionários da NATO – pelos rebeldes. Estes, embora "mal treinados e mal organizados", estão em condições, "graças a tecnologias fornecidas por países da NATO", de transmitir importantes informações à "equipe NATO na Itália, que escolhe os objectivos a atingir". Além disso, relatam os funcionários, "a Grã-Bretanha, a França e outros países instalaram forças especiais sobre o terreno líbio". Oficialmente para treinar e armar os rebeldes, na realidade sobretudo para tarefas operacionais.

Assim, vê-se emergir o quadro real. Se os rebeldes chegaram a Tripoli isso deve-se não à sua capacidade combate, mas ao facto de que os caça-bombardeiros, os helicópteros e os Predator da NATO lhes abrem o caminho, praticando a terra queimada. No sentido literal do termo, como mostra o corpo do soldado líbio carbonizado pelo raid da NATO. Por outras palavras, criou-se para a utilização dos media a imagem de uma resistência com uma força capaz de bater um exército profissional. Mesmo que rebeldes morram nas confrontações, como é natural, não são eles que estão em vias de se apoderar de Tripoli. É a NATO que, graças a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, está em vias de demolir um Estado a fim de defender os civis. Evidentemente, desde que há um século as tropas italianas desembarcaram em Tripoli, a arte da guerra colonial deu grandes passos em frente.

23/Agosto/2011

É a NATO (OTAN) que faz todo o trabalho militar, não os rebeldes


por Thierry Meyssan
Entrevistado por Silvia Cattori
Silvia Cattori: Aqui tem-se o sentimento de que Tripoli está em vias de colapso. Qual é a vossa opinião?

Thierry Meyssan: Estamos encerrados no Hotel Rixos. Não se pode dizer se tudo vai afundar ou não. Mas a situação é muito tensa. Ontem à noite, no momento da oração, várias mesquitas foram trancadas. De repente, alto-falantes lançaram o apelo à insurreição. Neste momento grupos armados começaram a percorrer a cidade e a atirar para todo lado. Soubemos que a OTAN trouxe um barco até as proximidades de Tripoli, do qual foram desembarcadas armas e forças especiais. Desde então as coisas vão cada vez pior.

Silvia Cattori: Trata-se de "forças especiais" estrangeiras?

Thierry Meyssan: Pode-se supor, mas não estou em condições de verificar. Mesmo que estas "forças especiais" sejam formadas por líbios todo o seu enquadramento é estrangeiro.

Silvia Cattori: Qual é a nacionalidade destas "forças especiais"?

Thierry Meyssan: São franceses e britânicos! Desde o princípio, são eles que fazem tudo.

Silvia Cattori: Como é que tudo ruiu subitamente?

Thierry Meyssan: Em 21 de Agosto, no fim do dia, um comboio de viaturas com oficiais foi atacado subitamente. Para se porem ao abrigo dos bombardeamentos os membros deste cortejo refugiaram-se no hotel Rixos, onde reside a imprensa internacional e onde por acaso me encontro eu.

No Hotel Rixos. A partir deste momento o hotel Rixos está cercado. Toda a gente veste colete anti-balas e capacetes. Ouve-se atirar em todos os sentido em torno do hotel.

As forças entradas em Tripoli desde ontem não tomaram nenhum edifício em particular; elas atacaram alvos em certos lugares ao deslocarem-se. Neste momento não há nenhum edifício ocupado. A OTAN bombardeia de maneira aleatória para aterrorizar sempre mais. É difícil dizer se o perigo é tão importante quanto parece. As ruas da cidade estão vazias. Toda a gente permanece encerrada na sua casa.

Estamos prisioneiros no hotel. Dito isto, há electricidade e água, não nos estamos a queixar. Os líbios sim. Agora há tiros em redor, uma batalha intensa; já há numerosos mortos e feridos em algumas horas. Mas nós somos preservados. Estamos todos reagrupados na mesquita do hotel. Você ouve tiros neste momento.

Silvia Cattori: Quantos assaltantes cercam vosso hotel neste momento?

Thierry Meyssan: Sou incapaz de dizer. É um perímetro bastante grande porque há um parque em torno do hotel. Penso que se não houvesse senão os assaltantes não seria tão simples tomar Tripoli. Mas se há outras tropas da OTAN com eles sim, isso muda tudo, o perigo torna-se grande.

Silvia Cattori: Nas imagens difundidas pelas televisões daqui vê-se que ao longo destes seis meses são excitados que atiram para o ar e que não parecem profissionais...

Thierry Meyssan: Viu-se com efeito bandos que se agitam e que não são formados militarmente. É pura encenação, não é realidade. A realidade é que todos os combates são travados pela OTAN; e quando seu objectivo é atingido as tropas da OTAN retiram-se. Então chegam pequenos grupos – vê-se de cada vez uma vintena de pessoas – mas na realidade nunca são vistos em acção. A acção são as forças da OTAN.

Foi assim que se passou sempre nas cidades que foram tomadas, perdidas, retomadas, reperdidas, etc... E cada ocasião são as forças da OTAN que chegam em helicópteros Apaches e metralham todo o mundo. Ninguém pode resistir, no terreno, face a helicópteros Apaches que bombardeiam; é impossível. Portanto não são os rebeldes que fazem o trabalho militar, isso é anedota! É a OTAN que faz tudo. Depois de eles se retirarem, então vêm "os rebeldes" fazer a figuração. É isso que você vê difundido nas cadeias de TV.

Silvia Cattori: Sabe-se quantos "rebeldes" em armas entraram em Tripoli esta noite? E se células dormentes já estavam lá?

Thierry Meyssan: Sim, com certeza, há células dormentes em Tripoli; é uma cidade com um milhão e meio de habitantes. Que haja células combatentes no interior é perfeitamente provável. Quanto aos assaltantes, mais uma vez, não sei qual é a proporção do enquadramento pelas forças da OTAN. A verdadeira questão é saber quantas forças especiais já foram colocadas.

Há agora forças militares do coronel Kadafi na cidade. Elas chegaram bastante tardiamente do exterior. Os assaltantes cercam o hotel. Penso que é impossível esta noite tentarem um assalto contra o hotel.

Silvia Cattori: Houve pânico entre as pessoas que residem no hotel?

Thierry Meyssan: Sim, jornalistas residentes aqui no hotel Rixos entraram completamente em pânico. É um pânico geral.

Silvia Cattori: E você como se sente?

Thierry Meyssan: Eu tento permanecer zen nestas situações!

Silvia Cattori: Quantos jornalistas estrangeiros estão entrincheirados no hotel?

Thierry Meyssan: Eu diria entre 40 e 50.

Silvia Cattori: As pessoas ignoram que onde há jornalistas que cobrem a guerra há sempre um bom número deles que faz informação, que são agentes duplos, espiões...

Thierry Meyssan: Há espiões por toda a parte; mas penso que eles não sabem tudo.

Silvia Cattori: Diz-se aqui que o plano para evacuar os estrangeiros está pronto. Eles vão poder sair...

Thierry Meyssan: A Organização de Emigração Internacional tem um barco que está prestes a atracar no porto de Tripoli para evacuar os estrangeiros, nomeadamente a imprensa, prioritárias neste caso.

Silvia Cattori: E você o que pensa fazer?

Thierry Meyssan: Por enquanto o barco está ao largo; ele não entrou no porto. É a OTAN que o impede de atracar. Quando a OTAN o autorizar será feita a evacuação.

Silvia Cattori: Esta evolução vos surpreende?

Thierry Meyssan: As coisas aceleraram-se quando chegou o barco da OTAN. São combatentes pertencentes às forças especiais da OTAN que estão aqui no terreno e é evidente que tudo pode cair rapidamente...

Silvia Cattori: Os citadinos estão todos munidos de fuzis se diz?

Thierry Meyssan: O governo distribuiu quase dois milhões de kalachnikovs no país para assegurar a defesa frente a uma invasão estrangeira. Em Tripoli, todos os cidadãos adultos receberam uma arma e munições. Houve um treino nestes últimos meses.

Silvia Cattori: Os líbios que quisessem não estão em condições de sair para manifestarem-se contra as forças da OTAN?

Thierry Meyssan: As pessoas estão paralisadas pelo medo; atira-se de toda a parte; e além disso bombardeia-se.

Silvia Cattori: Vossa posição não é fácil. Entre os jornalistas você deve ter inimigos que querem a vossa pelo por ter contraditado suas versões dos factos!

Thierry Meyssan: Sim. Já fui ameaçado por jornalistas estado-unidenses que disserem que querem matar-me. Mas a seguir apresentaram as suas desculpas... Não tenho dúvida nenhuma sobre suas intenções.

Silvia Cattori: Eles proferiram esta ameaça diante de testemunha?

Thierry Meyssan: Sim, na presença de (...)
Entrevista realizada a partir de Tripoli em 21/Agosto/2011/23h00.

Ver também:
TRIPOLI - Témoignage : les journalistes "non alignés" sont menacés de mort (Russia Today)

O original encontra-se em
http://www.silviacattori.net/article1829.html


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
23/Ago/11



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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cria, criar Universidade Popular!


Manifesto: Rumo ao 1° Seminário Nacional de Universidade Popular (SENUP)!

A iniciativa de construção do 1° Seminário Nacional de Universidade Popular (SENUP), que ocorrerá nos dias, 2, 3 e 4 de Setembro na cidade de Porto Alegre – RS, é um passo importante na luta por uma Universidade que sirva ao povo brasileiro.

Compreendemos ser fundamental debater os rumos da universidade brasileira hoje. O avanço da mercantilização da educação expõe um projeto dominante no país: a ânsia pelo lucro ganha força em detrimento dos direitos fundamentais do povo brasileiro, conquistados com a luta de tantas gerações. A necessidade de privatização, decorrente da precarização destes serviços essenciais, não se dá por acaso, ou por simples “incapacidade” do Estado Brasileiro em gerenciá-los, mas por um direcionamento político muito claro, vindo de fora para dentro. O eixo estruturante da transformação da educação em mais uma mercadoria, apta a ser comprada e vendida, tem como cerne a necessidade de maximizar os lucros, decorrente da ampla crise societária que em vivemos, que ora se manifesta na economia mundial.

Esse direcionamento tem manifestações muito claras: reestruturação político-pedagógica dos currículos dos cursos de graduação, subordinando as iniciativas da universidade às necessidades do mercado, em detrimento das demandas sociais, além da fragmentação do conhecimento; entrega da estrutura física e de recursos humanos públicos para a produção de ciência e tecnologia de acordo com as necessidades da iniciativa privada, o que compromete a autonomia didático-científica das universidades; uso do dinheiro público para salvar empreendimentos universitário privados; diminuição dos recursos públicos relativos a quantidade de vagas abertas nas universidades públicas, que aumenta a precarização e intensificação do trabalho, diminui a qualidade de ensino, inviabiliza a manutenção do tripé ensino-pesquisa-extensão voltado aos interesses populares e incentiva as instituições a buscar outras fontes de financiamento paralelas ao Estado; parcos mecanismos democráticos que permitam à comunidade universitária interferir nos rumos tomados pelas instituições; etc.

A formalização deste conjunto de medidas tem aparecido em decretos, medidas provisórias, leis, todos aprovados paulatinamente, de modo a ofuscar o projeto estruturante.

Mas sendo o projeto hegemônico atual – o qual não concordamos – um projeto global, compreendemos a necessidade de contrapor a seu avanço um projeto igualmente global, mas identificado com as necessidades das amplas maiorias. Temos claro que a universidade brasileira está em disputa, e essa disputa passa pela elaboração de uma estratégia. Não podemos mais ficar somente na defensiva. Embora toda resistência seja fundamental, ela permanece sempre presa àquilo que é negado. É fundamental reestabelecer uma ofensiva no movimento universitário e popular. Identificamos debilidades na ausência de formulação estratégica por parte de nosso campo de forças, o que faz com que muitas vezes sejamos absorvidos por disputas pequenas e que nem sempre acumulam para um horizonte de transformação. Consideramos fundamental a construção deste Seminário, para que aponte princípios gerais de outro projeto de Universidade, a partir do qual possamos empreender lutas reais dentro dos diversos campos específicos que são abertos por entre as contradições da ordem existente. Em outras palavras, para reorganizar um movimento de luta, de massas, de caráter nacional, como outrora, necessitamos a elaboração de um programa mínimo e de elementos de programa máximo, que nos permita disputar a hegemonia da universidade brasileira.

Para a reorganização de baixo para cima do movimento universitário, desde a base, é preciso fazer com que toda e qualquer luta legítima (contra a privatização, a precarização, pela democratização, pela autonomia das instituições educacionais e das entidades sindicais e estudantis, manutenção e ampliação dos direitos estudantis, etc) acumule para a estratégia global de Universidade. Mesmo sendo um primeiro passo, o 1° SENUP traz elementos de que isso é possível, já que é a isso que ele se propõe. Rumo ao 1° Seminário Nacional de Universidade Popular!


OBS: para assinar o Manifesto envie um email para senup2011@gmail.com


FEAB - Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil
ENESSO – Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social
ABEF – Associação Brasileira dos Estudantes de Filosofia
ExNEL – Executiva Nacional dos Estudantes de Letras
GTUP – Grupo de Trabalho Universidade Popular
MUP – Movimento por uma Universidade Popular
Levante Popular da Juventude
Juventude LibRe – Liberdade e Revolução
JCA – Juventude Comunista Avançando
UJC – União da Juventude Comunista
CCLCP – Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes
MAS - Movimento Avançando Sindical
Núcleo de Direito à Cidade – USP
PCB - Partido Comunista Brasileiro
UC - Unidade Classista