terça-feira, 29 de maio de 2012

Todo apoio à greve docente

Universidade em Movimento: Todo apoio à greve docente
A União da Juventude Comunista (UJC) apoia, e sua militância participa de forma ativa, da greve nacional dos docentes das IFES deflagrada pelo ANDES-SN.

Apoiamos a pauta de reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho e repudiamos a intransigência do governo, que se recusa a negociar de maneira efetiva o projeto de carreira apresentado pelo Andes há mais de um ano.

Também se mobilizam estudantes e técnico-administrativos, em apoio aos professores e com suas pautas específicas. Isso ocorre como resultado das péssimas condições de trabalho e estudo, fruto da expansão universitária recentemente implementada (REUNI) e dos sucessivos cortes orçamentários na Educação feitos pelo governo Dilma.
Vemos a intensificação do trabalho docente, a precariedade das instalações universitária, salas de aula superlotadas, falta de laboratórios e de equipamentos, deficiências sérias na Assistência Estudantil e o aumento da lógica privada no interior das universidades.

Esses são os resultados do desenvolvimento capitalista em geral e da clara opção dos últimos governos por criar uma economia de mercado capitalista e monopolista integrada internacionalmente, o que resulta em um conjunto de medidas que visam transformar a universidade de acordo com as demandas do mercado.
Por isso, para os gerentes do capital no governo, a universidade deve ser pensada como empresa que forma mão-de-obra, presta serviços e disputa o mercado. Para tanto, deve ser eficaz na administração dos recursos escassos de que dispõe, buscando complementá-los com parcerias público-privadas, projetos, cursos pagos, financiamentos alternativos e venda de serviços.
A pauta de reivindicações docente supera o terreno meramente salarial, pois coloca a disputa política em torno da defesa radical do caráter público da universidade. 
Para a União da Juventude Comunista a greve é um marco por uma nova correlação de forças na universidade brasileira. Defendemos a unidade de todos os setores que lutam para avançarmos na construção de uma Universidade Popular, com acesso universal e que expresse as necessidades da classe trabalhadora brasileira. A militância da UJC não medirá esforços nesse sentido.
Temos a certeza de que, na atual conjuntura, a defesa radical do caráter público, gratuito, democrático, laico e de qualidade da universidade é necessário, embora insuficiente, para a produção e socialização do conhecimento contra e para além da ordem do capital. Por isso, a luta por uma universidade popular se torna um projeto elementar para a resolução dos problemas educacionais sob a perspectiva dos trabalhadores.
Todo apoio à Greve Nacional dos Professores do Ensino Público Federal
Em defesa da Universidade Pública
Por uma Universidade Popular
Em defesa da Carreira Docente apresentada pelo ANDES-SN
Por melhores condições de trabalho e estudo


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Veja a Página do PCB – www.pcb.org.br

Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922



sábado, 19 de maio de 2012

Em memória de todos os que tombaram contra a ditadura

(Nota Política do PCB)
A Comissão Política Nacional (CPN) do Partido Comunista Brasileiro (PCB) vem a público saudar a Articulação Nacional pela Memória Verdade e Justiça - uma entidade que congrega organizações políticas, movimentos sociais, sindicatos, coletivos de juventude, grupos artísticos e familiares de mortos e desaparecidos - e manifestar seu apoio ao trabalho que vem sendo desenvolvido no sentido de construir um grande movimento de massas para que se apurem os crimes da ditadura, se estabeleçam as ligações entre os grupos empresariais, funcionários públicos e a máquina da tortura no Brasil e crie condições para que se possa punir os torturadores e assassinos de toda uma geração de jovens, trabalhadores, camponeses, sindicalistas e militantes sociais e políticos que lutaram contra a ditadura no Brasil.
A CPN avalia como positiva a instalação da Comissão da Verdade pelo governo. Lembramos, todavia, que foi preciso uma condenação do Brasil por parte da OEA para que o governo pudesse tomar essa medida, que protelava para não melindrar as Forças Armadas e os setores conservadores de sua base de sustentação. Mas alertamos que esta comissão tem uma composição heterogênea e não possui sequer representantes dos familiares dos mortos e desaparecidos. É um sinal de que a Comissão foi composta para uma conciliação nacional, ou seja, “virar esta página da história” e o Brasil seguir em frente na direção de se transformar numa potência capitalista.
Por isso, é necessária a organização de um grande movimento social, envolvendo organizações sindicais, estudantis e de bairro, manifestações de rua em todo o País, para que o resultado dos trabalhos não se transforme numa conciliação com os algozes de nosso povo. O PCB, como uma das organizações que mais brutalmente foi reprimida pela ditadura - basta dizer que um terço de seu Comitê Central foi assassinado na tortura e desaparecido - se compromete a levar esta luta até o fim, em homenagem não apenas aos nossos mortos e torturados, mas também a todos que sofreram e tombaram na luta contra a ditadura.
A CPN também avalia que este não é o momento de privilegiar o debate das divergências sobre as formas de lutas das organizações de esquerda durante a ditadura, até mesmo porque a ditadura prendeu, torturou e assassinou camaradas de todas as organizações. Este é o momento de reverenciar todos os que lutaram contra o regime militar, especialmente aqueles que rubricaram com sangue a luta contra a ditadura. São todos eles nossos heróis, desde os que se alçaram em armas nas cidades, os guerrilheiros de Caparaó e do Araguaia, até aqueles que desenvolveram silenciosamente um paciente trabalho de organização dos trabalhadores nas fábricas e nos sindicatos, aqueles que organizaram a população nos bairros, os jovens nas organizações estudantis, os intelectuais e o mundo da cultura em geral. Continuaremos a sua luta e não daremos trégua aos inimigos do nosso povo.
As recentes informações de um agente da ditadura de que os corpos de vários companheiros foram incinerados em um forno de uma usina de açúcar em Campos chocaram a opinião pública e mostraram a bestialidade com que os facínoras da ditadura agiam contra os prisioneiros políticos. Entre os corpos incinerados estariam os de quatro camaradas do PCB: Davi Capistrano, João Massena, Luiz Maranhão e José Roman.
Associamo-nos à correta iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no sentido de que esta fazenda de Campos seja desapropriada para fins de reforma agrária e que sua sede sejatransformada em um memorial da tortura e da brutalidade da ditadura. Ali se encontra o verdadeiro cemitério de nossos heróis, independente da organização a que pertenciam.
Para reforçar esta luta, achamos fundamental que a Articulação Nacional pela Memória Verdade e Justiça organize um expressivo e unitário ATO NACIONAL na fazenda onde foram incinerados os nossos camaradas, com ocupação de suas terras, para honrarmos a trajetória de lutas desses nossos heróis.
A Comissão Política Nacional do PCB manifesta sua solidariedade a todos os familiares dos presos, mortos e desaparecidos e às entidades que se constituíram para denunciar os crimes da ditadura e reafirma que esta luta não foi em vão e que todo trabalho de denúncia, investigação, de acúmulo e documentação realizado nestes anos será não só um precioso aporte para a memória dos nossos heróis mortos e desaparecidos, mas também um importante testemunho para as novas gerações.
Não silenciaremos enquanto toda a verdade não for apurada!
Não silenciaremos enquanto a justiça não for feita!
São Paulo, 13 de maio de 2012
(Comissão Política Nacional do PCB)

PCdoB: a falsificação da história dos comunistas brasileiros

Anita Leocadia Prestes
O movimento revolucionário mundial socialista e comunista conviveu, desde o século XIX, com correntes reformistas de diferentes tipos. Os pais fundadores do marxismo – Marx, Engels, Lenin –, assim como teóricos do comunismo e dirigentes revolucionários da estatura de A. Gramsci e R. Luxemburgo, tiveram que levar adiante uma luta sem tréguas contra os reformistas do seu tempo.
Os reformistas precisaram justificar sempre a adoção de políticas de conciliação de classes, ou seja, de políticas baseadas em concessões às classes dominantes e no abandono dos objetivos revolucionários do proletariado e dos seus aliados; políticas de caráter evolucionista, marcadas pela negação do momento revolucionário, indispensável, segundo os marxistas, para a conquista do poder político pelos trabalhadores, única maneira efetiva de realizar as transformações revolucionárias necessárias para a construção de uma nova sociedade, livre da exploração do homem pelo homem.
Nesse esforço de justificação, os reformistas precisaram e ainda precisam recorrer à falsificação da História, inclusive da História do movimento operário e revolucionário, em busca de argumentos que contribuam para a aceitação de suas posições por amplos setores sociais, argumentos de prestígio, que sirvam de aval para sua atuação política.
A postura atual do PCdoB constitui exemplo edificante de semelhante tentativa de avalizar sua política atual recorrendo à falsificação da História dos comunistas brasileiros. Na medida em que o PCdoB passou a trilhar o caminho reformista da chegada ao poder sem revolução, tornou-se natural sua adesão às escolhas feitas por Lula e a direção do PT, na virada do século XX para o XXI, e agora mantidas por Dilma.
Foram escolhas reveladoras da capitulação de Lula e da direção do PT diante dos interesses do grande capital internacionalizado, em especial, do capital financeiro, ou seja, dos banqueiros internacionais. Tal capitulação ocorreu após três tentativas frustradas de alcançar o poder, nas eleições presidenciais de 1989, 1994 e 1998. Para conquistar a presidência, em 2002, foi escolhido o caminho mais seguro:
O governo do PT, sem coragem de afrontar os interesses constituídos, sem nenhuma disposição para arriscar uma mudança na postura do Estado que o tornasse capaz de enfrentar os problemas experimentados pelo país, escolheu a reafirmação da lógica perversa que já estava em curso e a entrega total do Brasil às exigências da acumulação privada. [1]
Da mesma maneira que nos governos de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, nos Governos Lula e Dilma o capital financeiro permanece hegemônico, embora esteja em curso uma reforma do neoliberalismo, voltada para a construção de uma “nova versão do modelo capitalista neoliberal”[2].
A adesão por parte do PCdoB a semelhante política de reforma do capitalismo o conduziu à tentativa de buscar no passado heróico dos comunistas brasileiros – embora eivado de erros provocados pela presença de falsas concepções - o aval para seu comportamento político atual. Tirando proveito do jubileu de 90 anos da fundação do Partido Comunista no Brasil, os atuais dirigentes do PCdoB divulgam uma versão falsificada da História desse partido. Distorcendo a realidade, apresentam a História do PC como uma sucessão retilínea de êxitos, cujo apogeu seria a política atual do PCdoB. Ao mesmo tempo, silenciam sobre as teses oriundas de uma falsa concepção nacional-libertadora da revolução brasileira, responsável pelas ilusões nas possibilidades de um “capitalismo autônomo”, cujo corolário foi o abandono, na prática, da luta pela revolução socialista no Brasil, concepção que esteve presente tanto na história do antigo PCB quanto na de quase todos os seus “filhotes”, inclusive o PCdoB.
São distorcidos os fatos relacionados com a cisão de 1962, quando um grupo de dirigentes do antigo PCB, discordando das posições políticas aprovadas no seu V Congresso (1960), usou o pretexto da mudança do nome do partido com vistas ao seu registro eleitoral, para criar outro partido – o PCdoB. Partido este que, durante várias décadas, combateu com violência o PCB e o seu ex-secretário-geral Luiz Carlos Prestes. Partido este que, durante toda a década de 1980, foi insistentemente criticado por Prestes pela postura oportunista de entendimentos espúrios com os governantes para alcançar o registro eleitoral e de apoio à candidatura de Tancredo Neves nas eleições indiretas de 1985 e, em seguida, de apoio ao governo de José Sarney. Segundo Prestes, tratava-se do abandono de todo compromisso com os interesses dos trabalhadores e com os ideais de verdadeiras transformações socialistas em nosso país.
É este partido, o PCdoB, que trata hoje de apropriar-se indevidamente do legado de Prestes para, tirando proveito do prestígio do Cavaleiro da Esperança, justificar-se perante amplos setores populares. Tal falsificação deve ser denunciada, pois a permanência de uma versão distorcida da trajetória dos comunistas brasileiros, difundida por um partido que se apresenta como comunista e fala em nome do socialismo, serve aos desígnios dos inimigos da emancipação social dos trabalhadores brasileiros, contribui para a manutenção da exploração capitalista em nossa terra, dificultando o caminho efetivo da construção de uma sociedade socialista no Brasil.
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[1] PAULANI, Leda Maria. Quando o medo vence a esperança (um balanço da política econômica do primeiro ano do governo Lula). Crítica Marxista, n. 19, outubro de 2004, p. 23.
[2] BOITO, Armando. O Governo Lula e a reforma do neoliberalismo. Revista da Adusp, maio de 2005. (www.cecac.org.br)
Anita Leocadia Prestes é historiadora, professora do Programa de Pós-graduação em História Comparada da UFRJ e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes (www.ilcp.org.br).

quinta-feira, 10 de maio de 2012

ESTÁ NO AR A HISTÓRIA DO PCB (PARTE 1) EM QUADRINHOS!


Camaradas, companheir@s e amig@s,concluímos a primeira parte do projeto de produção da História do PCB em Quadrinhos. Os arquivos estão disponíveis para download na página do Partido Comunista Brasileiro (www.pcb.org.br).
Durante o Congresso da UJC (União da Juventude Comunista), sairá uma tiragem impressa para distribuição.
O trabalho foi todo desenvolvido a partir da colaboração voluntária de desenhistas de quadrinhos, alguns deles profissionais, que participaram do Concurso Nacional divulgado pela página do PCB: feras como Rosali Colares, Alex D'Ates e Luciano Irrthum. Daniel Oliveira e Márcio Rodrigues foram responsáveis pelo roteiro e argumentos, com supervisão de Ricardo Costa. Dario Silva produziu a capa e Luiz Coutinho fez a diagramação e ainda colaborou com desenhos, revelando uma face até então pouco conhecida deste camarada, sempre solicitado pelo PCB para trabalhos gráficos.
O resultado final é impactante e belo, pela obra artística sensível dos desenhistas, cujos desenhos mágicos deram forma a histórias que jamais poderão ser apagadas. Mas também o é em virtude da fantástica história de lutas abordada e que envolveu tantos homens e mulheres neste país, os quais dedicaram suas vidas em prol da erradicação da exploração e pela construção de novas relações entre os povos, fraternas e justas.
Este resultado só foi possível graças ao trabalho solidário e entusiasmado de todos aqueles que participaram do projeto desde o início. O PCB, ao longo de toda sua história, sempre contou com o apoio de pessoas que, mesmo tendo no peito o ardor da justiça, não militam organicamente em nossas fileiras. Amigos que nos esconderam da prisão,da tortura e da morte, quando estas bateram às nossas portas. Amigos que disponibilizaram seus jornais
e revistas para que nossas ideias, censuradas, pudessem aflorar. Amigos que exigiram a legalidade do Partido,
mesmo nele não estando filiadas, que choraram conosco as nossas perdas e reveses, que nos estenderam as mãos...
Esta é a história do PCB, uma história feita por combatentes e militantes, mas também pelos seus amigos e simpatizantes!
Em breve estaremos produzindo o volume dois, que abordará a história do Partido das lutas contra a ditadura civil-militar de 64 aos dias atuais. Quem gostou da experiência e quiser contribuir para o próximo volume, será um grande prazer.
A HQ do PCB será mais um instrumento de trabalho político e de formação da nossa militância, para divulgação da história de lutas do PCB, no ano em que comemoramos os 90 anos de fundação do Partido. É também material fundamental de difusão da linha política e ideológica atual.
Forte abraço a todos e boa leitura!
Daniel Oliveira - militante do PCB de Minas Gerais e editor do Blog Cultural Rosa do Povo
Ricardo Costa (Rico) - Secretário Nacional de Formação Política do PCB