Triste aniversário
Há 48 anos, o Brasil acordava com tanques e tropas nas ruas. Um golpe de Estado, articulado por civis e militares brasileiros, com apoio financeiro e militar norte-americano, iniciava o processo de deposição armada do presidente João Goulart. Os que tinham a obrigação de defender a Constituição do país, a violavam e inauguravam um período de 21 anos de obscurantismo e terrorismo de Estado.
Durante mais de duas décadas, a atividade política foi severamente controlada, a criação cultural e a imprensa censuradas e os interesses do capital impostos, manu militari, ao país. A tortura foi institucionalizada como método de coação e eliminação de adversários e o Brasil mergulhou numa

fase ufanista, não raro identificada com cacoetes fascistas. As Forças Armadas participaram, vergonhosamente, da multinacional do terror de Estado, chamada Plano Condor, ajudando a sequestrar e matar opositores das ditaduras argentina, uruguaia e chilena. Os crimes cometidos jamais foram punidos e muitos executores e cúmplices, civis e militares, circulam entre nós, apostando na propalada falta de memória nacional.
fase ufanista, não raro identificada com cacoetes fascistas. As Forças Armadas participaram, vergonhosamente, da multinacional do terror de Estado, chamada Plano Condor, ajudando a sequestrar e matar opositores das ditaduras argentina, uruguaia e chilena. Os crimes cometidos jamais foram punidos e muitos executores e cúmplices, civis e militares, circulam entre nós, apostando na propalada falta de memória nacional.
O período 1964-1985 deixou marcas profundas na sociedade brasileira. Ainda hoje, o golpe é celebrado nos quartéis como "revolução". As famílias dos mais de cem desaparecidos não têm acesso às informações que permitiriam localizar os restos mortais seus entes queridos, para poder enterrá-los com dignidade. Enquanto argentinos, uruguaios e chilenos, que também passaram por ditaduras brutais, levam aos tribunais os algozes de seus povos, nós ainda engatinhamos, sob intensa pressão da direita e de setores militares, que se recusam a reconhecer os crimes cometidos pela ditadura contra o povo brasileiro. A Comissão da Verdade, que foi aprovada para investigar os crimes do Estado durante o período ditatorial, sequer foi criada. Mesmo que o seja, sem pressão social ela não terá força para cumprir seus objetivos.
Há quase meio século, a liberdade foi violentada no Brasil. Que a memória da ditadura nos abasteça de indignação e vacine a sociedade contra outras aventuras totalitárias.
Rio de Janeiro, 30 de março de 2012
ASA – Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação
ACIZ – Asociación Cultural dr. Jaime Zhitlovsky (Uruguai)
ICUF – Federação das Entidades Culturais Judaicas da Argentina
Meretz Brasil
CCMA – Centro Cultural Mordechai Anilevitch
ADAF – Associação David Frischman (Niterói)
Instituto Casa Grande
Algo a Dizer – Jornal de Política e Cultura
Veja a Página do PCB – www.pcb.org.br
Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922
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