segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sobre o Egito



EGITO – O DILEMA DO CONGLOMERADO EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A

Laerte Braga

Norberto Bobbio, o célebre cientista político italiano, em seu DICIONÁRIO DE POLÍTICA (Editora UnB, 2002) afirma que o "estado contemporâneo" define as chamadas "liberdades fundamentais", como "tutela das liberdades burguesas. Liberdade pessoal, política e econômica". Na visão de Bobbio esse conceito forma "um dique contra a intervenção do Estado".

Por outro lado, segundo o mesmo Bobbio, "direitos sociais representam o direito de participação no poder político e na distribuição da riqueza social produzida. A forma do Estado oscila, assim, entre a liberdade e a participação".

É a visão de um cientista (colaboraram na obra Nicola Matteucci e GianFranco Pasquinho) que freqüentou o espectro político da direita em seu país, a Itália. O que Bobbio chama de "direitos sociais", na visão dele, incorpora-se ao que define como "Estado Contemporâneo".

O ex-presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, num dos mais célebres discursos que pronunciou (Roosevelt foi eleito em quatro pleitos sucessivos e só após sua morte a lei nos EUA foi modificada permitindo apenas uma reeleição) fala dos direitos fundamentais para que se possa construir a nação de forma justa para todos os seus. Educação, saúde, moradia, emprego, segurança, cita a expressão dignidade referindo-se ao ser humano. Nos EUA, Roosevelt foi eleito a primeira vez em 1932 e os norte-americanos ainda juntavam o que pode ser salvo dos escombros da crise de 1929.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, subscrita entre outros pelo Brasil, EUA, assegura os direitos básicos das pessoas.

Não há exagero e nem é uma expressão de linguagem referir-se aos EUA e a Israel como conglomerados terroristas. Um general norte-americano, escapa-me o nome, fala que "terrorista é quem perde".

O mundo neoliberal é o fim do conceito de nação. Povo, território, língua, tradições, soberania e governo, em linhas gerais. O deus mercado introduziu o mundo dos conglomerados. Das grandes empresas, do terrorismo que se vê em Guantánamo, na farsa das armas químicas e biológicas no Iraque (para justificar o controle do petróleo).

Essa forma de ver o mundo pode ser entendida na frase de Madeleine Albright, secretária de Estado do governo Clinton, quando respondia a um repórter sobre o custo em vidas do bloqueio imposto ao Iraque por seu país. Duzentas mil crianças mortas à míngua de alimentos, remédios, condições primeiras de vida no geral.

"É o preço que se paga pela democracia".

Albright enterrou ali outro conceito, o que afirma a democracia como sendo "o governo do povo, pelo povo e para o povo". E os direitos humanos.

Uma GENERAL MOTORS vale mais que qualquer vida humana, que milhões de vidas humanas. E assim o que Eisenhower, ex-presidente dos EUA e comandante aliado na IIª Grande Guerra, chamou de "complexo militar e industrial", referindo-se ao que Jânio Quadros, entre nós, chamaria de "forças ocultas" (a diferença entre o norte-americano e o brasileiro está só no teor alcoólico).

Foi no rastro dessas constatações que Guy Debort, em A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO (Editora Contraponto, 1997), conclui que há dois séculos se faz a mesma e "apavorante pergunta": "Como fazer para que os pobres trabalhem quando a ilusão é desenganada e a força se desagrega?"

"Se o mundo pode enfim proclamar-se oficialmente unificado, é porque essa fusão já se realizara na realidade econômico-política do mundo inteiro. Foi também porque a situação à qual universalmente chegou o poder separado era tão grave, que esse mundo sentiu a necessidade de se unificar rapidamente, de participar de um bloco único da mesma organização consensual do mercado mundial, falsificado e garantido pelo espetáculo."

"E sem dúvida o nosso tempo... prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser... Ele considera que a ilusão é sagrada, e a verdade é profana. E mais: a seus olhos o sagrado aumenta à medida que a verdade decresce e a ilusão cresce, a tal ponto que, para ele, o cúmulo da ilusão fica sendo o cúmulo do sagrado" (Feuerbach, prefácio à segunda edição de A ESSÊNCIA DO CRISTIANISMO).

O espetáculo é cruel, perverso, se sustenta em vários tentáculos, dois dos quais, decisivos. A mídia como fator de alienação, de desconstrução do ser e sua coisificação. Os arsenais nucleares, químicos e biológicos, o poder do terror infundido nas guerras da "democracia".

"O espetáculo em geral, como inversão concreta da vida, é o movimento autônomo do não vivo" (Debort).

Os egípcios acordaram. Ao cabo de trinta anos de ditadura com todos os ingredientes boçais de uma ditadura, os egípcios, como os tunisianos, os argelinos, os jordanianos, os iemenitas, despertaram.

O povo de Israel começa a despertar do terror do governo nazi/sionista que dirige o país. Mais de vinte mil manifestantes saíram às ruas para protestar contra a decisão do parlamento, de investigar organizações que defendem os direitos humanos. Direitos humanos em Israel excluem os palestinos, muçulmanos de um modo geral, num preconceito que se estende à mentira tornada sagrada de povo eleito. Ungido.

As ditaduras em países como o Egito foram e são sustentadas pelos norte-americanos. Petróleo e o controle do Oriente Médio, estratégico para os interesses da potência/conglomerado terrorista.

Obama não é diferente de Bush e nem é negro. É apenas disfarce.

Nos primeiros momentos da revolta popular contra o ditador Hosni Mubarak, a secretária Hilary Clinton falou em "estabilidade na região". Riscos de mudanças graves com a saída de Mubarak. Num dado momento, o "presidente" virou ditador diante do inevitável.

A repressão, não teve como a mídia esconder, alcançou jornalistas estrangeiros e se deu a partir da polícia (sempre) do ditador. Mortos, milhares de feridos, a declaração patética de um sanguinário governante, Mubarak, que "estou farto de poder. Não saio para evitar o caos".

A crise histérica do primeiro-ministro nazi/sionista de Israel Benjamin Netanyahu tentando vincular o Irã à revolta no Egito, advertindo o mundo para a possibilidade de uma revolução islâmica no Egito. Ora, 90% da população egípicia é formada por mulçumanos e seus partidos políticos foram proscritos pelo ditador de joelhos diante dos EUA e de Israel.

Quem se dedicar a pesquisar o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, vai encontrar recomendação de Maomé no sentido da paz e da misericórdia, como da necessidade de luta se essa se fizer necessária.

O deputado Meir Sheetrit, israelense e opositor do terrorismo, disse que a decisão do parlamento de "investigar" organizações de direitos humanos no país "é ofensiva perigosa para o Estado de Israel... e faz do país um dos estados das trevas".

Hagai Elad, diretor executivo da Associação pelos Direitos Civis, afirmou: "Os milhares de pessoas que aqui estão entendem que nossa democracia necessita de proteção contra aqueles que a querem destruir. Somos os porta-vozes de uma voz clara em defesa dos direitos humanos e da democracia e contra o racismo, o macartismo. Continuaremos a lutar pelos valores democráticos, liberdade de expressão, direitos iguais para os cidadãos e fim da ocupação."

O povo de Israel está acordando.

A reação do povo egípcio a um regime ditatorial, submisso a interesses de potência estrangeira (é sempre fácil comprar ditadores, Mubarak não é exceção, até porque é general também cheio de medalhinhas no peito) era previsível.

Não há como manter caladas milhões de vozes submetidas ao terror. Sejam egípcios, sejam israelenses indignados com o genocídio praticado contra palestinos.

O dilema de Obama, seria o de qualquer outro presidente; Obama é igual a Bush na essência, difere no estilo, é como imaginar um Oriente Médio controlado pela vontade popular, ao arrepio da mentira tornada sagrada da "democracia" norte-americana.

A verdade absoluta do mundo dos conglomerados. Bancos, latifundiários e empresários. E a corte burocrática arrastando-se no entorno.

Imposta a ferro e fogo e a um espetáculo aviltante no tentáculo mídia.

A História não se faz num dia. É passo a passo. O capitalismo e o império norte-americano encontraram o clássico beco sem saída. Quanto tempo vai durar a agonia são outros quinhentos.

Mas é a agonia.

O problema no Egito é simples. Fora Mubark, eleições gerais com participação dos partidos muçulmanos. O Egito para os egípcios.

A propósito, à exceção do manifesto temor do embaixador do Brasil no Cairo com a situação dos brasileiros que lá estão ("estamos vivendo um regime sem leis, a polícia não permitiu à embaixada ajudar os brasileiros"), o Itamaraty não disse uma palavra sobre o assunto que não seja algo vazio e sem sentido.

Há um mês e meio atrás não era assim, o Brasil havia deixado de ser coadjuvante, era protagonista.

É o tal pragmatismo econômico do Estado economicista de Dilma Roussef. O risco é sair uma nota conjunta Brasil/EUA, quer dizer, EUA/Brasil.




Egito, a aposta no leopardo

por Atilio Boron [*]

Hillary Clinton declarou à imprensa que é preciso evitar a todo custo o vazio de poder no Egito, que o objetivo da Casa Branca era uma transição ordenada à democracia, à reforma social, à justiça econômica, e que Hosni Mubarak era o presidente do Egito e o que importava era o processo, a transição.

Ao contrário do que ocorreu em outra ocasião, o presidente Obama não exigiria a saída do líder que caiu em desgraça. Como não poderia ser de outro modo, as declarações da secretária de Estado refletem a concepção geopolítica que os EUA mantêm desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, cuja gravidade foi acentuada após o assassinato de Anwar El-Sadat, em 1981, e em seguida pela posse de seu vice-presidente, Hosni Mubarak.

Sadat se converteu em uma peça-chave para os Estados Unidos e Israel – o Egito passou para a mesma categoria – ao ser o primeiro chefe de Estado de um país árabe a reconhecer o Estado de Israel e firmar um Tratado de Paz entre os dois países, em 26 de março de 1979. As dúvidas e os rancores de Sadat e do primeiro-ministro israelense, Menájem Begin, como conseqüência de cinco guerras e que tornavam as negociações de paz intermináveis, foram rapidamente deixadas de lado quando tanto eles como o presidente Jimmy Carter souberam que um aliado estratégico pró-estadunidense na região, o xá do Irã, havia sido derrotado por uma revolução popular e buscou refúgio no Egito. Com a queda do xá, nasceu a república islâmica com a direção do aiatolá Ruhollah Khomeini, que era para os Estados Unidos e para toda a "civilização americana" o "Grande Satã", o inimigo jurado do Islã.

Se a violenta derrubada do xá sacudia o solo do Oriente Médio, não eram melhores as notícias que vinham do convulsionado quintal centro-americano: em 19 de julho de 1979, a Frente Sandinista entrava em Manágua e colocava fim à ditadura de Anastasio Somoza, complicando ainda mais o quadro geopolítico norte-americano.

A partir desse momento, o delicadíssimo equilíbrio do Oriente Médio tinha no Egito a sua âncora estabilizadora, que a política exterior norte-americana se encarregou de reforçar a qualquer preço, mesmo sabendo que no reinado de Mubarak a corrupção, o narcotráfico e a lavagem de dinheiro cresciam a um ritmo que só era superado pelo processo de pauperização e exclusão social que afetavam os crescentes setores da população egípcia; e que a feroz repressão contra o menor indício de dissidência e as torturas eram coisas diárias.

Hipócritas e oportunistas

Por isso, soam insuportavelmente hipócritas e oportunistas os apelos do presidente Obama e de sua secretária de Estado para que um regime corrupto e repressivo como poucos no mundo – o qual os EUA mantiveram e financiaram por décadas – trilhe o caminho das reformas econômicas, sociais e políticas.

Um regime para o qual Washington podia enviar prisioneiros para a tortura, sem precisar enfrentar as irritantes restrições legais, e no qual a estação da CIA no Cairo podia operar sem nenhum obstáculo sua "guerra contra o terrorismo". Um regime que ainda pode bloquear a internet e a telefonia celular, e que apenas despertou um leve protesto por parte de Washington. A reação seria a mesma se Hugo Chávez tivesse cometido tais ultrajes?

"Mubarakismo" sem Mubarak

Ao que tudo indica, Mubarak cruzou o ponto em que não haverá retorno. O problema que se apresenta para Obama é o de construir um "mubarakismo" sem Mubarak. Isto é, garantir uma mudança por um substituto adequado à autocracia pró-EUA. Como dizia o Leopardo: "algo precisa mudar para que tudo fique como está". [1]

Esta foi a fórmula que Washington tentou impor meses antes da derrota do somozismo na Nicarágua, apelando para um personagem do regime, Francisco Urcuyo, presidente do Congresso Nacional, cuja primeira e praticamente última iniciativa como fugaz presidente foi solicitar à Frente Sandinista, que estava esmagando a guarda nacional somozista pelos quatro cantos do país, que depusesse as armas. Foi deposto em poucos dias e, na linguagem popular nicaragüense, o ex-presidente passou a ser lembrado como "Urcuyo, o efêmero".

A Casa Branca está tentando algo similar: pressionou Mubarak para designar um vice-presidente na esperança de não repetir o fiasco de Urcuyo. A designação não poderia ser mais inapropriada, pois caiu para o chefe dos serviços de inteligência do exército, Omar Suleiman, um homem mais refratário à abertura democrática do que o próprio Mubarak, e cujas credenciais não são precisamente as que almejam as massas que exigem democracia.

Situação revolucionária

Quando estas ganham as ruas e atacam numerosos quartéis da odiada polícia e dos não-menos odiados espiões, informantes e organismos da inteligência estatal, Mubarak designa o chefe destes serviços para liderar as reformas democráticas. É uma piada de mau gosto e assim foi recebida pelos egípcios, que continuaram tomando as ruas convencidos de que o ciclo de Mubarak havia terminado e que precisavam exigir sua renúncia sem mais trâmites.

Na tradição do socialismo marxista, diz-se que uma situação revolucionária se constitui quando os de cima não podem dominar como antes e os de baixo já não querem ser dominados como antes. Os de cima não podem porque a política foi derrotada nas lutas de ruas e os oficiais e soldados do exército confraternizam com os manifestantes ao invés de reprimi-los. Não seria de se estranhar que alguma outra filtração, tipo Wikileaks, desvende as intensas pressões da Casa Branca para que o ancião déspota abandone o Egito o quanto antes para evitar uma reedição da tragédia de Teerã.

As alternativas que se abrem para os Estados Unidos são poucas e ruins: a) sustentar o regime atual, pagando um custo político fenomenal, não só no mundo árabe, para defender suas posições e privilégios nessa região crucial do planeta; b) uma tomada de poder por uma aliança cívico-militar onde os opositores de Mubarak estarão destinados a exercer uma gravitação cada vez maior; ou c) o pior dos pesadelos, se é produzido o temido vazio de poder e os islamitas da Irmandade Muçulmana tomam o governo de assalto.

Sob qualquer destas hipóteses as coisas já não serão como antes, pois mesmo em uma variante mais moderada a probabilidade de que um novo regime no Egito continue sendo um fiel e incondicional peão de Washington é extremamente baixo e, no melhor dos casos, altamente instável. E se o desenlace é o radicalismo islamita, a situação dos Estados Unidos e Israel na região será extremamente vulnerável, levando-se em conta o efeito dominó da crise que começou na Tunísia, seguiu para o Egito e está sendo sentida em outros importantes aliados dos EUA, como Jordânia e Iêmen, e que pode aprofundar a derrota militar norte-americana no Iraque e precipitar uma débâcle no Afeganistão.

Caso estes prognósticos sejam cumpridos, o conflito palestino-israelense iria adquirir ressonâncias inéditas, cujos ecos chegariam até os suntuosos palácios dos emirados do Golfo e da própria Arábia Saudita, mudando dramaticamente e para sempre o tabuleiro da política e da economia mundiais.

03/Fevereiro/2011

[1] O Leopardo, romance de Giuseppe Tomasi di Lampedusa e filme de Luchino Visconti





Egípcios pedem Constituinte para refundar o país

Transnacionais da comunicação silenciam o papel dos trabalhadores na rebelião

O Secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista da Venezuela (PCV), Carolus Wimmer, denuncia conspiração de Israel, dos EUA e seus aliados europeus para esmagar a autêntica revolução popular no Egito e impor outro governo pró-imperialista

Caracas, 03/02/2011. Modaira Rubio / Especial FDA .- "Neste momento, o povo egípcio clama por uma mudança radical em sua sociedade. Os comunistas fizeram eco a essa demanda e pediram em comunicado não uma mera eleição presidencial, mas uma Assembleia Constituinte para refundar o país com uma nova Constituição e, por isso, os EUA, Israel e seus aliados da Europa capitalista querem esmagar a revolução no Egito. Isso não podemos permitir os revolucionários do mundo, precisamos de solidariedade mais do que nunca para com as lutas dos nossos irmãos árabes ", disse o deputado Carolus Wimmer, secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista da Venezuela (PCV), alertando para o complô midiático para minimizar a rebelião popular no Cairo.

"Temos que denunciar que existe o perigo de que uma legítima revolução progressista que está acontecendo, esteja sendo diluída pela mídia em conluio com a burguesia apátrida. Os trabalhadores e trabalhadoras lideram as manifestações e pedem uma constituinte e uma transformação social no Egito ", explicou.

"Definitivamente, nem a CNN nem a BBC, nem nenhuma das transnacionais de comunicação mostra ou diz o que está fazendo a classe trabalhadora no Egito; somente citam os líderes de uma suposta transição, que não se sabe se eles têm apoio popular, para impor midiaticamente um governo pró-imperialista que defenda os interesses da burguesia ", advertiu o parlamentar comunista.

" A mídia silenciou a participação de setores revolucionários; por exemplo, não disseram que os sindicatos e o movimento operário paralisaram fábricas e a produção e têm estado na vanguarda de um levante popular genuíno", destacou.

"Nós sabemos que o Partido Comunista do Egito (CPEgypt) exigiu não apenas a saída de Mubarak, mas pede uma legítima mudança que só será possível com a criação de um conselho de governo composto por todas as forças progressistas que têm o apoio do povo" indicou.

O CPEgypt afirmou em um documento oficial do seu Bureau Político, que o novo governo deve atender as demandas sociais e econômicas da cidadania, submersa na pobreza por um regime corrupto e opressor, e que julgue os saqueadores das riquezas do Egito. Entre eles, Hosni Mubarak, cuja fortuna pessoal é estimada em 40 bilhões de dólares, segundo o jornal alemão Suddeustche Zeitung. Também pede o julgamento dos assassinos, torturadores e genocidas que reprimiram as manifestações civis.

Obama é cúmplice

Para Wimmer, o discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, é uma prova incontestável do apoio da Casa Branca para com a classe política dominante no Egito, que só quer continuar a era Mubarak. "A cumplicidade de Obama foi evidente. Não questionou o regime de Mubarak, que levou os egípcios para a mais profunda pobreza e o desemprego de 30% da população ativa, senão para apelar para uma "transição pacífica", sem condições para desmontar a revolução que está acontecendo", destacou.

Risco de invasão

Da mesma forma, Wimmer destaca o perigo de uma intervenção militar estrangeira, se setores progressistas das forças armadas se colocarem ao lado do povo. "Seguramente tentaram aplicar a doutrina da guerra preventiva e a tese de estado falido para justificar as invasões como no Haiti e em grande parte da África e da antiga União Soviética. Israel pressiona seus aliados diplomáticos para que não protestem contra Mubarak. E a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou apoio a Tel Aviv ante uma "instabilidade" possível na região". As potências protegerão os interesses de Israel no Oriente Médio e evitarão a todo custo o estabelecimento de um governo progressista. O chamado é para se juntar à legítima defesa da luta do povo egípcio para a sua libertação nacional", concluiu.





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Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922


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