sexta-feira, 10 de julho de 2009

Comissão dos Direitos Humanos do Partido Comunista Paraguaio - COMUNICADO À OPINIÃO PÚBLICA

Passada a recente e violenta repressão das forças policiais contra famílias agremiadas na Federação Nacional Campesina (FNC) em Caaguazú no domingo passado, manifestamos nosso mais enérgico repúdio e exigimos que encerrem imediatamente semelhantes práticas dos tempos da ditadura de Strosner.

Responsabilizamos o Ministro do Interior, Rafael Filizzolla e o Comandante da Polícia, Viviano Machado, pelas ações atentatórias ao estado de direito já que estes, ante a incredulidade generalizada, pretendem enganar o povo inventando desculpas absurdas, ao velho estilo da ditadura.

Recordemos que esta repressão não é a única empreendida pela dupla Filizzola-Machado contra setores historicamente marginalizados. Desde a manifestação da Frente Social e Popular (FdyP) reprimida duramente por pedir o destituição do Procurador Geral, passando pelos casos de tortura contra habitantes de Concepción na tristemente lembrada "Operación Jeroviha", cópia grosseira do "Plan Colombia", seguindo com os despejos em todo o país que incluem queimas de casas, golpes e disparos contra mães e filhos como o ocorrido no assentamento localizado no Km 28 de Alto Paraná.

Nenhum destes graves fatos denunciados foi devidamente investigado pelas autoridades para penalizar os responsáveis, demonstrando cumplicidade e complacência.

Proclamamos que o direito à vida está muito acima do direito à propriedade dos latifundiários. O acesso à terra é uma direito humano para todos os paraguaios e não só para alguns que envenenam o meio ambiente. A Procuradoria, que não tem dúvida em acusar os lutadores sociais, não demonstra a mesma atitude com a agroindústria da soja e as madeireiras, que violam as leis ambientais.

Fazemos uma advertência ao Presidente Fernando Lugo para que assuma com propriedade seu compromisso histórico no processo de mudanças e não permita que traidores e covardes atentem contra as esperanças que os setores populares depositam em seu governo.

Senhor Presidente seja coerente com o que prometeu durante sua campanha. Não foi para ser agredido e baleado que o povo o elegeu.

Por último, chamamos todos os setores comprometidos com a vigência dos direitos humanos que tomem posição sobre esta ascendente onda repressiva própria dos tempos que acreditávamos superados.

Comissão dos Direitos Humanos do

Partido Comunista Paraguaio

Assunção, 7 de julho de 2009.

Traduzido por Dario da Silva

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