domingo, 15 de março de 2009

JORNADA DE LUTAS DAS MULHERES CAMPONESAS

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Mulheres da Via Campesina ocupam porto da Aracruz no ES

09/03/2009

Na manhã desta segunda-feira (09/03), cerca de 1300 mulheres da Via Campesina do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro ocuparam o Portocel, porto de exportações da empresa Aracruz Celulose, localizado em Barra do Riacho, município de Aracruz, no Espírito Santo. A mobilização faz parte das atividades de luta do 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres.

O objetivo da ação é denunciar a concentração de terras da empresa, que são usadas para plantio de eucalipto para exportação, prejudicando a soberania alimentar; e o repasse de recursos públicos do Estado para essa multinacional, o que tem aumentado ainda mais com crise mundial. A empresa se apropria de recursos públicos, mas nao gera nem garante empregos, destrói o meio ambiente e não contribui para o desenvolvimento nacional. Para salvar a Aracruz da falência, o governo repassou, via BNDES – com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) - R$ 2,4 bilhões para o grupo Votorantim comprar ações da Aracruz. Mesmo com os recursos de amparo ao trabalhador, a empresa não garante emprego, e já demitiu mais de 1500 trabalhadores terceirizados. O caso é uma demonstração que os interesses das empresas privadas se sobrepõem aos interesses do povo brasileiro.

A empresa Aracruz Celulose é uma das principais representantes do agronegócio no país. Concentra cerca de 300 mil hectares de terras, sendo parte devolutas, ou seja, pertencentes ao Estado, com monocultura de eucalipto. Boa parte dessa área foi tomada de comunidades indígenas, quilombolas, pescadores e ribeirinhos. Nessa mesma quantidade de área poderiam ser assentadas cerca de 20 mil famílias, gerando empregos no campo e produção de alimentos para as famílias assentadas e das cidades onde a empresa está instalada.

Além disso, a Aracruz é responsável por sérios impactos ambientais. Para cada hectare de eucalipto plantado são consumidos 49 bilhões de litros de água. A fábrica de Barra do Riacho, ao lado porto ocupado, consome 248 mil metros cúbicos de água por dia, equivalente ao consumo diário de 2,5 milhões de pessoas. Parte do Rio Doce foi desviado para atender aos interesses de duplicação da produção da empresa, e não foram observados com seriedade o impacto desse desvio para a região. A prefeitura de Aracruz claramente atendeu aos interesses da empresa, mais uma vez, sem assegurar a proteção à natureza e à população.

Trabalhadoras ocupam área da Votorantim no RS

09/03/2009

Cerca de 700 mulheres organizadas pela Via Campesina ocupam neste momento a Fazenda Ana Paula, de propriedade da Votorantim Celulose e Papel. A ocupação foi iniciada com o corte de eucalitpo na área.

Depois de especular contra a moeda brasileira e ter prejuízos com a crise financeira, a VCP recebeu R$ 6,6 bilhões do governo brasileiro para adquirir a Aracruz Celulose, através da compra de metade da carteira do Banco Votorantim e de um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –BNDES. O custo da compra foi de R$5,6 bilhões.

A VCP havia prometido gerar 30 mil empregos no estado e mesmo recebendo recursos e isenções fiscais dos governos federal, estadual e de municípios, a Aracruz causou a demissão de 1,2 mil trabalhadores em Guaíba, entre trabalhadores temporários e sistemistas, e a VCP outros 2 mil trabalhadores na metade sul. O agronegócio foi o segundo setor que mais demitiu com a crise financeira. Apenas em dezembro, o agronegócio demitiu 134 mil pessoas em todo país.

A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres da Via Campesina e denúncia ainda a conseqüências da monocultura do eucalipto na região. Em muitas áreas, já faltam água para o consumo humano e para a criação de animais. Isso, porque, segundo pesquisa da UFRGS, a monocultura de plantas exóticas na região irá consumir 20% mais água do que chove no pampa. Como a árvore causa desertificação e acidez do solo, não se sabe que conseqüências terá para as 3 mil espécies de plantas do pampa.

Trabalhadoras ocupam o Ministério da Agricultura

09/03/2009

Desde o início da manhã desta segunda-feira (09/03), cerca de 800 mulheres da Via Campesina ocupam o prédio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,em Brasília, onde realizam um ato pacífico. As trabalhadoras rurais denunciam o modelo de desenvolvimento imposto pelo governo, empresas transnacionais e bancos para o campo brasileiro, e cobram a implementação de um modelo agrícola baseado na pequena agricultura, através da realização da reforma agrária, e uma política econômica voltada para a geração de empregos para a população.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, apenas no mês de janeiro foram fechados 101.748 postos de trabalho com carteira assinada. Na avaliação das manifestantes, osatuais investimentos do Estado não alcançam quem mais precisa deles num momento de crise como o atual: pequenas e médias empresas e setores que geram desenvolvimento nacional, como o da agricultura camponesa. Ao invés disso, o governo prioriza o agronegócio, que gera cada vez menos empregos e não produz alimentos para os brasileiros. Do total previsto pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o período entre 2008 e 2011, por exemplo, o setor tem previsão de R$ 45,1 bilhões em investimentos.

Existem no Brasil 130 mil famílias acampadas e mais de quatro milhões de famílias sem-terra. “A realização da Reforma Agrária e a consolidação de um novo modelo agrícola dependem da derrota do modelo econômico vigente. A oferta de crédito rural do governo federal para a agricultura empresarial nesta safra (2008/09) é de R$ 65 bilhões e de apenas R$ 13 bilhões para a agricultura familiar, com isenção dos impostos de exportação. Exportar somente matéria-prima não desenvolve o país, nem distribui renda”, afirma Itelvina Masioli, integrante da Via Campesina.

O ato integra a Jornada Nacional de MulheresCamponesas na Luta Contra o Agronegócio, por Reforma Agrária e Soberania Alimentar.

Trabalhadoras ocupam área do grupo Cosan em SP

09/03/2009

Cerca de 600 trabalhadoras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram nesta segunda-feira (9/3) a ocupação de uma área da Cosan, no município de Barra Bonita, na região de Jaú, a 280 km da capital. O grupo Cosan explora uma área duas vezes maior que o total de hectares destinados para a Reforma Agrária no Estado de São Paulo: 605 mil hectares pelo grupo, contra apenas 300 mil para as 15 mil famílias em assentamentos estaduais e federais.

A unidade da Barra, local da manifestação, é a maior usina de açúcar e etanol do mundo em capacidade de moagem de cana, ou seja, é um símbolo do setor sucroalcooleiro. Segundo estudos do BNDES (2003), esta usina explora mais de 70 mil hectares de terra, dos quais cerca de 18 mil hectares são de propriedade da própria empresa, e os demais são arrendados, abarcando seis municípios da região.

Além disso, existem 103 denúncias no Ministério Público do Trabalho contra a Cosan, em São Paulo. Entre as denúncias estão problemas relativos a trabalho temporário e terceirização fraudulenta, assédio moral e desvio de FGTS. Como todo o setor sucroalcooleiro, é também responsável pela poluição e destruição ambiental nas regiões em que atua. O monocultivo da cana de açúcar causa um forte desequilíbrio ambiental, sérios problemas sociais, gerando graves conseqüências para a humanidade.

A mobilização tem como objetivo denunciar a insustentabilidade do agronegócio, a superexploração do trabalho, conivëncia do Estado, que financia a partir de recursos públicos o avanço do capital no campo. A ocupação faz parte da Jornada Nacional “Mulheres camponesas na luta contra o agronegócio, pela Reforma Agrária e soberania alimentar”.

De acordo com o artigo 186, a função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; observância das disposições que regulam as relações de trabalho e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos seus trabalhadores.

“As terras do grupo Cosan não cumprem o seu papel social e assim estão em total desacordo com o quê prevê a Constituição do país. Por isso, suas terras devem ser destinadas para a Reforma Agrária imediatamente”, pontua Soraia Soriano, porta-voz do MST.

Mulheres da Via Campesina realizam marcha no Paraná

09/03/2009

Com o lema “Mulheres Camponesas em Luta Contra o Agronegócio, pela Reforma Agrária e Soberania Alimentar”, nesta segunda-feira (9/3), cerca de 1.000 trabalhadoras da Via Campesina farão uma marcha pelo centro de Porecatu, no Norte do Paraná.

A marcha faz parte da Jornada Nacional de Mulheres da Via Campesina e tem início às 9h, saindo do Centro Comunitário da Prefeitura até a praça central, onde será realizada uma celebração com a partilha de alimentos da Reforma Agrária.

Durante a caminhada as mulheres denunciam o modelo do agronegócio, a produção dos monocultivos (da cana de açúcar, soja, eucalipto, pinus, entre outros) e as transnacionais, que destroem a biodiversidade, a cultura camponesa e inviabilizam a Reforma Agrária. E se mobilizam em defesa da vida, da Reforma Agrária, da agroecologia, da biodiversidade, da agricultura camponesa, da saúde, e educação gratuita e de qualidade para todos os brasileiros.

Desde o dia 8, as trabalhadoras da Via Campesina estão em Porecatu realizando debates sobre a necessidade da Reforma Agrária e a situação da mulher na atualidade.

As trabalhadoras paranaenses também cobram o assentamento das 6 mil famílias que permanecem acampadas em cerca de 65 acampamentos no estado, e a desapropriação da fazenda Variante, do grupo Atalla, em Porecatu, onde foram encontrados trabalhadores em situação de escravidão. A área está ocupada por 300 famílias do MST, desde o início de novembro do ano passado.


Mulheres da Via Campesina realizam jornada de luta no PR

Na semana do Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, 8 de março, cerca de 1.200 trabalhadoras Sem Terra realizam a Jornada Nacional de Mulheres da Via Campesina, com Marcha e debate no município de Porecatu, Norte do Paraná.

Com o lema “Mulheres Camponesas em Luta Contra o Agronegócio, pela Reforma Agrária e Soberania Alimentar”, nesta segunda-feira (9/3), as trabalhadoras fazem uma marcha pelo centro da cidade com uma celebração de encerramento na praça central, em denúncia ao modelo do agronegócio, a produção dos monocultivos (da cana de açúcar, soja, eucalipto, pinus, entre outros) e as transnacionais, que destroem a biodiversidade, a cultura camponesa e inviabilizam a Reforma Agrária.

No dia 8 de março, as mulheres participaram de debates no Centro Comunitário da Prefeitura de Porecatu. As trabalhadoras Sem Terra se mobilizaram em defesa da vida, da Reforma Agrária, da agroecologia, da biodiversidade, da agricultura camponesa, da saúde, e educação gratuita e de qualidade para todos os brasileiros.

No mês do dia Internacional das Mulheres, em todo o mundo, ocorrem denúncias das inúmeras formas de violência praticada contra as mulheres: pelo consumismo, as relações no trabalho, a indústria da beleza, a violência doméstica, exploração sexual, entre outras. Para a coordenadora estadual do MST, Izabel Grein, este também é um mês de homenagem as mulheres trabalhadoras que lutam por mudanças na sociedade brasileira, e de “denúncia contra o modelo de sociedade que exclui grande parte da população em benefício de poucos, concentra riquezas e destrói o planeta”, denuncia.

Durante a Jornada de Mulheres da Via Campesina, no Paraná, as trabalhadoras também cobram o assentamento das 6 mil famílias que permanecem acampadas em cerca de 65 acampamentos no estado, e a desapropriação da fazenda Variante, do grupo Atalla, em Porecatu, onde foram encontrados trabalhadores em situação de escravidão. A área está ocupada por 300 famílias do MST, desde o início de novembro do ano passado.

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