terça-feira, 9 de junho de 2009

Dirigente indígena peruano garantiu que mortos pela repressão superariam a 100

Peru

Caracas, 08 Jun. ABN.- O dirigente do Comitê de Defesa da Associação Inter-étnica do Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep) Shapion Noningo denunciou nesta segunda-feira numa entrevista com YVKE que a cifra de mortos em Baguá, Perú, poderia superar os 100 após a repressão policial iniciada na sexta-feira passada.

Em sua declaração, o membro da organização esclareceu igualmente que ainda é difícil determinar a cifra definitiva de vítimas devido ao toque de recolher e à suspensão das garantias constitucionais impostos pelo governo de Alan García.

Os povos indígenas peruanos que habitam a região da Amazônia reclamam há 50 dias a derrogação de vários decretos que permitem a privatização das terras dessa zona.

Frente aos protestos das comunidades originárias, o Governo peruano ordenou uma violenta repressão contra as pessoas que participavam deles.

O presidente García acusou os indígenas de ter uma suposta colaboração estrangeira, ao que Noningo sustentou que a luta dos povos amazônicos não se subordina a nenhum outro país ou Governo.

A partir das comunidades aborígenes se está exigindo o respeito à constituição peruana e aos direitos dos povos originários, indicou o dirigente.

Recordou que sua luta se iniciou contra os decretos- leis emitidos pela administração de García, que lesionam a soberania do país e permitem a privatização das terras e a entrega dos recursos naturais do Peru.

Fonte: Agencia Bolivariana de Noticias


Lideranças de 56 etnias indígenas da amazônia peruana intensificam os protestos contra política do presidente Alan García

Lideranças de 56 etnias indígenas da amazônia peruana intensificam os
protestos contra a política do presidente Alan García.

Cúpula social amazônica culpa Presidente peruano por mortes

Lima, 8 jun. (PL) - Um encontro de organizações sociais da Amazônia peruana responsabilizou o presidente Alan García pelas dezenas de mortes registradas nos últimos dias nessa região.


A Cúpula Social Amazônica, realizada na cidade de Tarapoto, na região norte-selvática de San Martín, assinalou que o mandatário ordenou os atos de violência e anunciou denuncias ante instâncias internacionais como a Corte Penal Internacional.


Também declarou uma semana de dolo regional pelas mortes registradas na sexta-feira e no sábado no desalojo de uma estrada bloqueada por indígenas e de uma estação do Oleoduto Norte Peruano.


A reunião celebrada no fim de semana exigiu ademais a renúncia do gabinete ministerial encabeçado pelo primeiro-ministro Yehude Simon.

A cúpula acusou Simon, a ministra do Interior Mercedes Cabanillas e o presidente do Congresso Javier Velásquez de desenvolver uma campanha de desinformação para eludir a responsabilidade do presidente García.

A campanha sustenta que os fatos de violência seriam produto de um complô extremista desestabilizador e antidemocrático que manipulou os indígenas, no qual estariam envolvidos interesses estrangeiros, ainda que o governo não apresente nenhuma prova.


O encontro das organizações sociais denunciou ao mesmo tempo a perseguição desatada contra o presidente da Associação Inter-étnica da Selva Peruana (Aidesep) Alberto Pizango e rechaçou a criminalização dos protestos.

A captura de Pizango, acusado pelo executivo de sedição, rebelião e outros delitos graves, foi ordenada no sábado por uma juíza, após pressões governamentais denunciadas e condenadas pelo presidente da Corte Suprema Javier Villa.

O dirigente está na clandestinidade e não se entregará nem buscará asilo no exterior, segundo afirma seu advogado.

A Cúpula Social Amazônica declarou por outra parte heróis os civis caídos que, segundo o encontro, sacrificaram suas vidas em defensa dos direitos amazônicos e dos recursos naturais da Nação.

Os protestos indígenas, iniciados em 9 de abril, pressionavam pela anulação de nove decretos que entregarão a selva às transnacionais e que foram ditados em acatamento ao tratado de livre comércio (TLC) com os Estados Unidos.

Exige-se o levantamento do toque de recolher de 15 horas estabelecido em Baguá e na localidade de Utcubamba e do estado de emergência decretado em 130 províncias da região selvática.

A cúpula garantiu sua participação numa Jornada Nacional de Luta convocada para a próxima quinta-feira por um bloco de organizações sociais nacionais em solidaridade com os indígenas amazônicos.

Fonte: Prensa Latina

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