sábado, 1 de agosto de 2009

A INVASÃO À COLÔMBIA - Por: Ruben Zamora

28 de Julho de 2009

Outra infâmia desesperada do império.

O projeto da Grande Colômbia, o sonho do libertador Simón Bolívar, segue incomodando o novo império. O ideal da independência tem sido postergado por tempo demasiado, e em nome dela se festejou o sublime grito de 20 de julho pelo governo da Colômbia, enquanto o território nacional era ocupado por tropas estadunidenses em um ato flagrante de violação à Soberania Nacional, dos princípios republicanos e da Constituição Política.

O chamado super concerto nacional de 20 de julho, e a cavalgada militar pela rota do Libertador é uma jogada midiática de usurpação da memória histórica para jogar outro manto de falácia, de desorientação, diante do mais grave de tantos e vergonhosos atos da direção política do país no exercício do poder. O Conselho de Estado apenas sussurrou pela violação de seus privilégios e o Congresso é incapaz de pronunciar-se cheio como está de imoralidade, ilegitimidade e ilegalidade, desconhecendo o seu direito constitucional. Tempo suficiente tem passado para já ter declarado a ilegalidade deste feito punível que poderá postergar um nefasto destino à pátria.

Nada legítimo, legal, ético ou moral justifica na Colômbia ou em qualquer outro país do mundo, a intervenção de tropas estrangeiras. Este ato é uma bofetada ao desejo dos colombianos de superarem um conflito que ultrapassa os 60 anos e em que os sacrifícios do nosso povo têm sido demasiados. Somente a oligarquia tradicional, as multinacionais e as grandes corporações do complexo militar industrial dos Estados Unidos têm lucrado. Querem perpetuar a dor dos colombianos, e ainda afundar em sangue o projeto estratégico de nossos povos do Sul, da América Central e do Caribe.

O terrorismo na Colômbia é representado por este regime. Graças a ele, mais de quatro milhões e meio de colombianos tem sido deslocados, centenas de milhares assassinados, um projeto político - a União Patriótica - foi varrido a tiros e mais de cinco mil de seus dirigentes assassinados. Mais de seis milhões e meio de hectares têm sido tomados dos camponeses e muitos deles são enterrados em fossas comuns, seguem golpeando o sindicalismo mediante a arbitrária legislação trabalhista e a guerra suja. Os povos indígenas sofrem com roubos de seus territórios como na época da conquista e milhões de colombianos padecem de enfermidades curáveis, fome, desnutrição e miséria. O narcotráfico penetrou até os mais sensíveis elos do poder e tem servido de amparo para os atrozes atos do terrorismo de Estado. O paramilitarismo segue intacto ao serviço dos fatores do poder dominante.

A rebeldia dos colombianos e seu exército de guerrilhas das FARC-EP, um dos objetivos a serem liquidados, encarna o direito de um povo que resiste digna e heroicamente. Ainda quando o combate é difícil, seguimos ilesos e temos a certeza da revolução bolivariana porque nosso povo não será indiferente ao seu dever histórico e à confiança que nele depositou o pai de todos os libertadores, Simón Bolívar.

Como no Vietnã e no Iraque, estas instalações militares estadunidenses na Colômbia, fabricarão tenebrosas operações de extermínio da inconformidade popular, avançando sobre trilhas e povoados, instalações civis de homens, mulheres e crianças de nossa pátria. Nestas fábricas de terror se elaborarão planos contra os processos independentistas de nossos povos e de seus avançados governos que tanta luta, tanta dor e sofrimento têm custado alcançá-los.

Este ato desesperado do império diante da incapacidade de seus serviçais em deter nossos processos já havia sido advertido. É uma nova fase do Plano Colômbia que confirma seu fracasso. O levantamento de nossos heróicos povos lhes fará morder o pó de sua derrota nesta arena da América Indígena.

A entrega das bases militares colombianas às tropas gringas deixará a olho nu o rosto dos que traíram em nome da pátria e bendizem a ocupação. Não farão jamais nada distinto de guardar silêncio ou justificá-lo. Somente a quem nos inflama a dignidade, o sentido do dever, a herança heróica de nossos antepassados, o verdadeiro amor à fortuna de nossa terra, aos mais altos interesses de nossos povos indígena-americanos, a nossas identidades e aos estandartes que nos tem acompanhado nos gestos libertários, elevaremos nossas vozes de condenação e nossos alentos de combate diante da traição deste governo e à deplorável intenção do império estadunidense.

Porque a Colômbia resiste, até a vitória!

Originalmente publicado em http://www.farc-ejercitodelpueblo.org/

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