segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O DEPARTAMENTO DE ESTADO TINHA CONHECIMENTO DO GOLPE EM HONDURAS - Por: Eva Golinger (Adital)

* O Departamento de Estado e o Congresso dos Estados Unidos financiaram e assessoraram os atores e organizações hondurenhas que participaram no golpe.
* O Pentágono treinou, capacitou, financiou e armou o exército hondurenho que perpetrou o golpe e continua reprimindo o povo de Honduras.
* A presença militar estadunidense em Honduras, que ocupa a Base Militar de Soto Cano (Palmerola), autorizou o golpe de Estado com sua cumplicidade tácita e com a negativa de retirar seu apoio aos militares hondurenhos.
* O Embaixador dos EUA em Tegucigalpa, Hugo Llorens, coordenou a expulsão do poder do presidente Manuel Zelaya junto com o subsecretário de Estado Thomas Shannon e John Negroponte, que trabalha atualmente como assessor da Secretária de Estado Hillary Clinton.
* Desde o primeiro dia do golpe, o governo de Washington tem falado das "duas partes" envolvidas e da necessidade de um "diálogo" para restituir a ordem constitucional, legitimando dessa forma aos golpistas.
* O Departamento de Estado negou-se a qualificar legalmente os acontecimentos de Honduras como um "golpe de Estado"; não suspendeu nem congelou seu apoio financeiro e o comércio com o país; nem tomou medidas para pressionar eficazmente ao governo de fato.
* Washington manipulou a Organização dos Estados Americanos (OEA) para alargar o tempo de debate sobre o que deveria ser feito e não apoiar o regresso imediato do presidente Zelaya ao poder, como parte de uma estratégia que continua em pé e simplesmente busca legitimar ao governo de fato e desgastar ao povo hondurenho que todavia resiste ao golpe.
* A Secretária de Estado, Hillary Clinton e seus porta-vozes deixaram de falar sobre o regresso do presidente Zelaya ao poder após a designação de Óscar Arias, presidente da Costa Rica, como "mediador", e agora qualificam ao ditador que assumiu o poder ilegalmente durante o golpe, Roberto Micheletti, como "presidente interino". A estratégia de "negociar" com os golpistas foi imposta pelo governo de Obama como uma maneira de desacreditar ao presidente Zelaya -culpando-o pelos fatos que provocaram o golpe- e legitimando aos golpistas.
* Congressistas estadunidenses -democratas e republicanos- organizaram uma visita de uns representantes dos golpistas de Honduras a Washington, e os receberam com honras em diferentes instituições da capital estadunidense.
* Apesar de que foi o senador republicano John McCain que coordenou a visita dos golpistas a Washington através de um bufete de lobby, The Cormac Group, atualmente o advogado de Bill Clinton e amigo próximo de Hillary, Lanny Davis, é quem foi contratado como "lobbysta" para conseguir a aceitação pública do governo de fato de Honduras em Washington.
* Otto Reich e o venezuelano Robert Carmona-Borjas, que foi advogado do ditador Pedro carmona durante o golpe de Estado na Venezuela, em abril de 2002, ajudaram, desde Washington, a preparar o cenário para o golpe contra o presidente Zelaya, em Honduras.
* A equipe de desenho do golpe de Estado em Honduras designado por Washington também incluía a um grupo de embaixadores dos Estados Unidos recentemente nomeados na América Central, experts na desestabilização da revolução cubana, e a Adolfo Franco, ex-encarregado do programa de Cuba da USAID.
* Ninguém duvida da implicação de Washington no golpe de Estado de Honduras contra o presidente Manuel Zelaya que começou no passado 28 de junho. Muitos analistas, dirigentes e, inclusive, presidentes, o denunciaram. No entanto, a maioria coincide em desculpar a administração de Barack Obama de algum papel no golpe hondurenho, responsabilizando em seu lugar resquícios do governo de George Bush e aos falcões que todavia andam pelos corredores da Casa Branca. A evidência demonstra que sim, que é certo que os falcões e os protagonistas de sempre dos golpes e sabotagens na América Latina também participaram e, além disso, existem amplas provas que assinalam o papel do governo de Obama.

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